Terça-feira, 24 Junho 2025

Navegando por livros, telas, palcos e muito mais

Loulé celebra Cabo Verde e os seus 50 anos de independência no Festival MED 2025

De 26 a 29 de junho, a cidade de Loulé, em Portugal volta a transformar-se num ponto de encontro de culturas com a realização da 21.ª edição do Festival MED. Este ano, o evento conta com Cabo Verde como país convidado, numa homenagem que reforça os laços históricos e afetivos entre a cidade algarvia e a comunidade cabo-verdiana residente.

A presença de Cabo Verde ganha um simbolismo especial num ano que antecede a celebração dos 50 anos da independência do país. Ao longo dos vários palcos e espaços do festival, a riqueza da música, da gastronomia, do artesanato e das tradições do arquipélago estará em destaque, proporcionando ao público uma viagem sensorial única.

A programação musical integra nomes de peso da cena cultural cabo-verdiana. Dino D’Santiago, artista filho da diáspora e voz de causas sociais, junta-se aos históricos Os Tubarões num dos momentos mais aguardados do cartaz. A energia do funaná será garantida pelos Ferro Gaita, enquanto a Cesária Évora Orquestra prestará tributo à eterna diva da morna, evocando a força de um género classificado como património imaterial da humanidade.

A 25 de junho, véspera do arranque oficial, Ceuzany sobe ao Palco Castelo para um concerto de entrada livre, aquecendo os corações com a sua voz marcada pela alma crioula. Já o encerramento do festival, a 29 de junho, inclui uma homenagem especial à cantora Sara Tavares, falecida em 2023. O tributo terá lugar no Palco Cerca, com entrada gratuita, e contará com a participação da Banda Filarmónica Artistas de Minerva, Shout, Mau Feitio e convidados.

O “Pátio” será o epicentro das atividades dedicadas a Cabo Verde. Aqui, o público poderá saborear pratos típicos como a cachupa, provar o grogue, explorar o artesanato local, assistir a oficinas de cestaria, participar em momentos de dança e até descobrir teatro tradicional. Um espaço pensado para todas as idades, que oferece um olhar amplo sobre a diversidade cultural das ilhas.

A celebração estende-se ainda ao pré-festival, de 20 a 22 de junho, com sessões de cinema, exposições e encontros literários, reforçando o lugar de Cabo Verde na geografia artística e intelectual da lusofonia.

Embora Cabo Verde assuma o protagonismo desta edição, o Festival MED mantém a sua essência multicultural. De Angola, chega Paulo Flores com o seu semba carregado de emoção e resistência. A Jamaica está representada pelos míticos The Congos & The Gladiators, ícones do reggae. Outros nomes como Lá no Xepangara — projeto que junta vozes lusófonas como Karyna Gomes e Selma Uamusse — ampliam a diversidade do alinhamento. A música portuguesa também marca presença com propostas que vão do indie ao tradicional.

Com mais de 90 horas de concertos, cerca de 300 músicos e artistas de quase 30 nacionalidades, o Festival MED afirma-se como um espaço de diálogo entre culturas. Para Carlos Carmo, diretor do evento, “a escolha de Cabo Verde representa um casamento perfeito com Loulé, onde existe uma forte comunidade cabo-verdiana e uma relação que é antiga, consistente e cheia de afetos”.

Vítor Aleixo, presidente da Câmara Municipal de Loulé, destaca o impacto do festival: “O MED atrai milhares de visitantes e é, além de um festival de música, uma poderosa ferramenta de dinamização cultural e económica da cidade.”

Tags

Partilhar esta notícia

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *