O Instituto do Património Cultural conclui hoje, 27, o Atelier Técnico dedicado à inscrição do Campo de Concentração de Tarrafal na Lista do Património Mundial da UNESCO, uma iniciativa desenvolvida em parceria com o Fundo Africano do Património Mundial (AWHF).
O encontro decorre no município do Tarrafal de Santiago e reúne cerca de trinta especialistas nacionais e internacionais, com submissão do dossiê prevista para janeiro de 2026. Os trabalhos centram-se na consolidação dos elementos técnicos essenciais à candidatura. A agenda inclui a elaboração da Declaração de Valor Universal Excecional, a avaliação das condições de integridade e autenticidade do local, e a revisão da análise comparativa internacional, documentos que devem cumprir os requisitos das Diretrizes Operacionais do Comité do Património Mundial.
O programa contempla ainda uma visita técnica ao antigo Campo de Concentração, com o objetivo de identificar os atributos patrimoniais do local e definir prioridades de conservação que garantam a preservação sustentável do sítio.
A sessão inaugural, esta terça-feira, 26, contou com intervenções de representantes do AWHF, da Câmara Municipal do Tarrafal, dos Ministérios do Ambiente e da Educação, e da Presidente do IPC. Segundo o comunicado do IPC, as intervenções destacaram a importância histórica do espaço enquanto testemunho da repressão colonial e das lutas de resistência política no contexto lusófono africano.
O atelier envolve equipas técnicas do IPC, consultores internacionais, parceiros institucionais e representantes das comunidades de Chão Bom e do Tarrafal. A metodologia de trabalho privilegia uma abordagem interdisciplinar orientada para a harmonização de critérios técnicos que sustentam a candidatura.
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