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Durante a formação, Ana Pinto Martinho, que também é editora do European Journalism Observatory (EJO), disse que muitos jornalistas já estão a utilizar ferramentas de IA individualmente, mas sem orientações claras das redações, o que pode gerar confusão e problemas éticos. “Possivelmente, nas redações, os jornalistas individualmente já estão a usar estas ferramentas de alguma forma. E é bom que haja uma orientação, e que todos estejam com a mesma orientação”, sublinhou.

Ana Martinho abordou temas importantes, como a melhor forma de utilizar estas ferramentas que auxiliam na eficácia e eficiência do trabalho na redação, apontou também os seus riscos, e ainda apresentou, as diversas caraterísticas destas ferramentas que podem ser implementadas nas redações. Entre essas funcionalidades estão a criação de sumários para leitura rápida, resumos de vários artigos, auxílio na edição de textos, verificação de factos, preparação de entrevistas e normalização de dados para investigação jornalística.

Entre os principais riscos identificados, segundo a especialista, estão a desinformação através de vídeos e áudios falsos, a substituição do trabalho humanos por máquinas e clones, a confusão entre conteúdos autênticos e conteúdos criados pela IA, a desresponsabilização e questões éticas fundamentais.  

“Em termos éticos, isto levanta questões em relação ao Código Deontológico e o risco de termos que atualizar algumas coisas”, observou a formadora, acrescentando que “os direitos humanos e a ética têm de ser trabalhados nas redações”. Alertou também sobre os cuidados necessários a ter com a privacidade dos dados inseridos nestas plataformas.

O workshop “IA na Redação – Domine a Arte do Prompt” faz parte das iniciativas do Parque Tecnológico de Cabo Verde para promover a transformação digital no país, em parceria com a Associação Sindical dos Jornalistas de Cabo Verde (Ajoc). A iniciativa visa não apenas capacitar tecnicamente os jornalistas, mas também promover uma reflexão crítica sobre o uso responsável da IA nas redações.