
O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, apelou esta quinta-feira, 4, ao reforço da conectividade e da mobilidade entre os arquipélagos da Macaronésia, defendendo que a União Europeia deve reconhecer as especificidades deste espaço atlântico. A declaração foi feita durante a intervenção do governante nas Jornadas sobre Mobilidade na Macaronésia, organizada pela Associação Canária para o Progresso da Macaronésia, em Las Palmas de Gran Canaria.
Correia e Silva sublinhou que a concretização dos projetos “Macaronésia do Conhecimento” e “Macaronésia da Economia e da Inovação” depende de uma circulação mais fluida de pessoas e bens entre Açores, Cabo Verde, Canárias e Madeira. O chefe do Governo cabo-verdiano argumentou que os custos elevados dos transportes entre ilhas e destas com o resto do mundo constituem um desafio comum aos territórios insulares da região.
O primeiro-ministro defendeu ainda que a posição estratégica da Macaronésia no Atlântico Médio justifica um maior compromisso da União Europeia com este espaço geográfico, tanto do ponto de vista económico como da segurança cooperativa. Explicou ainda que as políticas europeias para as regiões ultraperiféricas e para a grande vizinhança África-UE podem ser ajustadas para responder às necessidades específicas da Macaronésia.
O governante cabo-verdiano destacou também que a concretização desta visão exige vontade política de Cabo Verde, Espanha, Portugal e da própria União Europeia. Ademais, Correia e Silva comparou a situação da Macaronésia à dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento, que recentemente obtiveram da ONU o reconhecimento das suas circunstâncias especiais.
Durante o seu discurso, o primeiro-ministro realçou as características que aproximam os territórios da Macaronésia: a insularidade, a localização geográfica e os interesses económicos comuns. “Para Cabo Verde, esta região representa o espaço de vizinhança mais próximo do continente europeu, enquanto para Canárias, Açores e Madeira, o país africano surge como parceiro com estabilidade política, boa governança e moeda indexada ao euro”, diz o chefe do Governo.
O primeiro-ministro defendeu igualmente que o acordo de mobilidade entre Cabo Verde e a UE e a parceria especial que liga o arquipélago africano à Europa podem ser aprofundados para fortalecer os laços.












































