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A futura gare marítima do porto da Praia é uma obra que está orçada em 298 mil contos, e faz parte de um programa mais amplo da Enapor, que também prevê a construção de mais três gares marítimas no país: Boa Vista, São Nicolau e Fogo. “Se não houver sobressaltos, estamos em condições de garantir que em outubro estaremos com o contrato assinado e com as obras a iniciarem”, afirmou Nuno Gomes no ato de lançamento do concurso, explicando que a visita aos potenciais concorrentes está marcada para 17 de julho e o prazo de entrega das propostas termina no dia 18 de agosto, às 15 horas.

Por sua vez, José Fortes, consultor da Enapor, informou que a nova gare marítima está inserida no Plano Diretor do Porto da Praia, atualmente em processo de atualização. O plano contempla ainda outras infraestruturas, como a reabilitação do cais de cabotagem, a pavimentação do cais número 1 e um futuro terminal de cruzeiros da Praia.

Fortes, sublinhou a importância da infraestrutura para criar condições de intermodalidade e eficiência logística. “O porto da Praia ainda está à volta dos 160 mil passageiros por ano. Mas se não reprimirmos a procura que existe e construirmos a Gare, teremos em 2045 cerca de quase 850 mil passageiros a passarem no Porto da Praia”, disse.  

Segundo José Fortes, o projeto assenta em três pilares fundamentais: equidade no tratamento dos passageiros em todos os portos do país, maior conforto nas viagens marítimas e eficiência logística através da intermodalidade.

“Não se pode tratar a gente da Brava diferente da Praia ou de São Vicente. É nisto que consiste essa equidade. A Enapor vai trazer conforto. Viajamos de avião com conforto, temos que viajar de barco também com conforto”, afirmou José Fortes. 

Características da nova infraestrutura

A nova gare marítima será construída na entrada do porto, onde atualmente funciona a cabotagem, numa área com acesso direto à rampa dos ferry interilhas. O projeto prevê três áreas principais no interior – um hall de entrada e check-in, uma sala de embarque e uma sala de desembarque. A infraestrutura contará com espaços exteriores ordenados para facilitar o acesso de táxis e viaturas privadas e públicas, áreas de restauração e serviços sanitários. O sistema funcionará de forma semelhante aos aeroportos, com check-in misto através de balcões e drop-off, catracas eletrónicas para acesso à sala de embarque e área para recolha de bagagem no desembarque.

O hall de entrada terá 70,2 metros quadrados, a área de check-in 183 metros quadrados, a sala de embarque estará distribuída entre o piso térreo e o segundo piso, e a sala de desembarque ocupará 318 metros quadrados. As bilheteiras, com cerca de 12 metros quadrados, darão acesso direto ao público exterior.