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Na sua intervenção inicial, António Monteiro apontou três pressões centrais que, segundo disse, continuam a desafiar o país: a escassez hídrica, a vulnerabilidade climática e a elevada dependência alimentar, que ultrapassa os 80%. O deputado alertou que, sem medidas com impacto e continuidade, o país permanecerá condicionado por limitações estruturais.

O parlamentar destacou também que o saneamento básico mantém-se crítico em vários concelhos, afetando a saúde pública, o ambiente e a produção agrícola. Defendeu, por isso, maior investimento na reutilização de águas residuais tratadas, bem como no reforço das infraestruturas de esgotos e dos sistemas de gestão de resíduos.

Ademais, António Monteiro criticou a existência de lixeiras a céu aberto, redes de esgoto incompletas, estações de tratamento que não operam plenamente, ausência de triagem e reciclagem e fraca capacidade de aproveitamento de água e resíduos sólidos. Para o deputado, estes problemas revelam falta de execução e de políticas públicas com escala.

O parlamentar afirmou ainda que as famílias precisam de condições de saneamento adequadas, que os agricultores dependem de água disponível e previsível, e que as comunidades costeiras carecem de maior proteção ambiental. Defendeu que o país necessita de soluções concretas, e não de “projetos piloto ou metas sem execução real”.

António Monteiro concluiu pedindo ao ministro Gilberto Silva que apresente, “de forma clara”, o estado atual da agricultura, da água, do saneamento e do ambiente, bem como a visão estratégica do Governo para os próximos anos.