Sexta-feira, 06 Junho 2025

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UCCLA promove conferência sobre “Desafios do Emprego” no contexto da imigração lusófona

A União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) realiza no próximo dia 11 de junho, às 14h30, uma conferência dedicada aos “Desafios do Emprego”, que terá lugar no auditório da instituição. O evento integra o Ciclo de Conferências “Desafios Atuais da Imigração Lusófona: Portugal e União Europeia”, uma iniciativa conjunta da Universidade de Lisboa e da UCCLA.

Especialistas de diversas áreas irão fazer uma reflexão crítica sobre as dinâmicas da imigração no espaço lusófono com foco nos principais desafios que os imigrantes enfrentam no mercado de trabalho português e europeu, bem como as estratégias e políticas desenvolvidas para facilitar a sua integração laboral.

Entre os oradores confirmados estão o Professor Doutor Bernardo Sousa, que abordará questões relacionadas com a Garantia Jovem, e a Professora Doutora Cátia Batista, da Nova School of Business and Economics. O painel de intervenientes inclui ainda Ana Paula Costa, representante da Casa do Brasil, e Mariana Hancock, do CEPAC – Centro Padre Alves Correia, que prometem perspetivas práticas sobre o apoio às comunidades imigrantes.

Cabo Verde: principal foco na mobilidade profissional

O tema desta conferência tem particular relevância para os cabo-verdianos, pois, constituem a terceira maior comunidade estrangeira em Portugal, com 48.885 residentes, representando 4,7% do total de estrangeiros no país. Esta realidade espelha uma tendência histórica de emigração qualificada do arquipélago para o território português.

Dados recentes revelam que Portugal foi destino de 60% dos cabo-verdianos que emigraram nos últimos cinco anos, sendo que dos 17.961 emigrantes identificados pelo INE cabo-verdiano, 10.322 possuíam ensino secundário e 2.269 ensino médio ou superior. Este fluxo migratório qualificado coloca desafios específicos tanto para Cabo Verde, que perde recursos humanos formados, como para Portugal, que precisa de integrar eficazmente estes profissionais no mercado de trabalho.

A emigração cabo-verdiana mantém-se elevada, com 64% dos cabo-verdianos a considerarem emigrar em 2024, sendo a procura de emprego o principal motivo. Esta realidade tem sido motivo de preocupação, com o Presidente da República de Cabo Verde, José Maria Neves, a manifestar-se “preocupado” com a emigração massiva de jovens cabo-verdianos.

Por outro lado, enquanto Cabo Verde forma profissionais qualificados, Portugal continua a atraí-los rapidamente, criando um ciclo que será certamente abordado na conferência do dia 11 de junho, especialmente no que se refere às oportunidades de emprego e integração profissional.

A conferência é de entrada livre e representa uma oportunidade para académicos, profissionais do setor social, representantes de organizações de apoio aos imigrantes e público em geral se informarem sobre as questões mais prementes relacionadas com o emprego no contexto da imigração lusófona.

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