
As bombas de drenagem voltam a funcionar e a distribuição de água retoma gradualmente em São Vicente. A informação foi avançada hoje, 21, pela porta-voz do Gabinete de Crise, Vitória Veríssimo, durante a conferência de imprensa diária para atualização dos trabalhos na ilha do Monte Cara, que foi fustigada pelas chuvas recentemente.
Vitória Veríssimo afirmou que as estações de recolha de resíduos e as bombas de drenagem já estão operacionais, enquanto a empresa Electra retomou a produção e distribuição gradual de água pela cidade. As três bombas da estação de recolha de resíduos voltaram ao serviço, assim como a estação do Caizinho, que já funciona normalmente. Conforme explicou Veríssimo, uma bomba adicional está ainda em fase de testes mecânicos com os técnicos especializados.
As máquinas de desobstrução de vias e caminhos trabalham desde ontem em várias zonas da ilha, incluindo Fundo Francês, Bela Vista, Baía e na estrada de acesso ao Monte Verde. As tampas de esgoto, que ficaram danificadas e espalhadas pela cidade durante a catástrofe, começaram já a ser recolocadas para permitir a drenagem normal das águas. O sistema de comunicações também está a ser restabelecido.
Os trabalhos de limpeza na ilha continuam a todo vapor
A Marinha Portuguesa mantém uma equipa de apoio em São Vicente, que inclui técnicos, mergulhadores e engenheiros. Esta missão, inicialmente prevista para 15 dias, poderá ser prorrogada conforme a disponibilidade da equipa e as necessidades locais. Os especialistas portugueses trabalham em conjunto com os técnicos e engenheiros locais na reposição do funcionamento das diversas bombas de drenagem.
“Os trabalhos de limpeza concentram-se principalmente na zona do Caizinho e Praça Estrela, onde se acumula a maior quantidade de resíduos e água proveniente de outras localidades”, reiterou a comandante da Proteção Civil.
Vitória Veríssimo descreveu este trabalho como “moroso”, mas desafiante, uma vez que, para além da lama solidificada, é necessário remover grandes quantidades de tecidos, panos e lixo que obstruem o sistema de drenagem. Daí, aproveitou a ocasião para alertar a população a não deitar tecidos e panos no esgoto, uma vez que estes materiais impedem o funcionamento adequado das máquinas.
Abastecimento de água e avaliação de danos
Conforme explicou Vitória Veríssimo, as localidades do Ribeirão recebem fornecimento pontual de água, através da Câmara Municipal, utilizando cisternas que já estão operacionais. Os autotanques municipais fazem igualmente distribuições pontuais a essas zonas mais afetadas.
Várias equipas técnicas continuam a trabalhar na avaliação de danos nas 46 zonas de São Vicente. Este levantamento inclui não apenas a avaliação de riscos, mas também aspetos sociais, com a participação de técnicos da Câmara Municipal.
A linha telefónica de informação, anunciada inicialmente para apoio à população, ainda não está operacional devido aos danos no sistema de comunicações. As autoridades trabalham para disponibilizar esta linha exclusivamente a São Vicente, utilizando o mesmo sistema implementado durante a pandemia de COVID-19, conforme explicou Veríssimo.
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