
Algumas zonas costeiras na em Praia Baixo, na ilha de Santiago, enfrentam, atualmente, uma forte invasão de algas marinhas migratórias, o sargaço, cuja intensa acumulação tem causado sérios constrangimentos aos moradores destas localidades que relatam impactos na saúde, no ambiente e na economia local.
A Praia Baixo, localidade piscatória conhecida pela sua beleza natural e pela atração de visitantes de diversas regiões do país, é uma das zonas mais afetadas. A acumulação de grandes quantidades de sargaço ao longo da Orla Marítima de São Domingos, especialmente entre Vale da Custa e Praia Baixo, tem originado um mau cheiro persistente que altera profundamente o quotidiano dos residentes.
O impacto económico na comunidade é igualmente significativo. A procura por restaurantes e serviços turísticos registou uma queda acentuada, afetando diretamente o sustento de famílias que dependem da atividade piscatória e do turismo costeiro.
Além de Praia Baixo, as praias de Moia Moia, Baía, Porto Lobo, Achada Baleia, Calheta São Miguel e Barreiro do Maio também registam uma acumulação excessiva de sargaço. Este ano, o fenómeno apresenta uma magnitude superior, exigindo medidas de intervenção mais urgentes.
Embora o sargaço não represente perigo direto para os humanos dentro de água, a sua decomposição em grandes quantidades liberta gases tóxicos, como o sulfureto de hidrogénio, responsável por um odor forte semelhante a “ovo podre”. Em concentrações elevadas, este gás pode causar irritação nos olhos, pele, nariz e garganta, além de náuseas, dores de cabeça, tonturas, confusão e, em casos mais extremos, perda de memória.
Em comunicado, o Ministério da Agricultura e Ambiente (MAA) alerta a população, pescadores e banhistas para adotarem cuidados redobrados nas zonas afetadas. O MAA recomenda evitar o contacto ou a proximidade de grandes manchas de algas; usar luvas e botas quando o contacto for inevitável, afastar-se de áreas com forte decomposição, procurar assistência médica em caso de sintomas graves, e impedir que animais circulem nas zonas com acumulação de sargaço.
Caso haja contacto com as algas, deve-se lavar a pele com água e sabão. Para quem vive próximo das áreas atingidas, é aconselhado manter portas e janelas fechadas para reduzir a exposição ao odor.
O Ministério sublinha ainda que crianças, idosos, grávidas e pessoas com problemas respiratórios crónicos, como asma, são mais sensíveis aos efeitos do gás sulfureto de hidrogénio e devem evitar completamente as zonas afetadas.
O MAA, em parceria com as Câmaras Municipais e diversas organizações não-governamentais, já iniciou ações de remoção das algas acumuladas nas praias. A população é ainda exortada a comunicar às delegações do MAA ou às Câmaras Municipais sempre que detetar grandes quantidades de sargaço nas zonas costeiras.












































