
Exatamente um mês após as chuvas torrenciais que provocaram nove mortos e dois desaparecidos em São Vicente, a ilha voltou a acordar sob uma chuva intensa, que trouxe de volta as memórias da noite fatídica de 11 de agosto último. Na madrugada desta quinta-feira, 11, chuvas voltaram a castigar a ilha, provocando alagamentos em várias zonas e reacendendo medos numa população que ainda está a recuperar do desastre natural de há 1 mês.
Desde as primeiras horas da manhã que chove com intensidade em São Vicente, com alagamentos registados nas zonas da Lajinha, Rua de Coco, Pont d’Água, Praça Estrela e outras áreas da ilha. As imagens das ruas inundadas fizeram ressurgir as lembranças traumáticas daquela madrugada de agosto que marcou para sempre a história da ilha.
Após algum chuvisco durante a tarde e noite de ontem, a precipitação ganhou intensidade durante a manha de hoje, surpreendendo novamente os habitantes de São Vicente com uma descarga intensa de água acompanhada de trovoadas.
A onda tropical que influencia o arquipélago entre os dias 9 e 11 de setembro já havia sido prevista pelo Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG), que alertou para precipitações intensas nas ilhas de Barlavento. Apesar do aviso prévio, a coincidência temporal com o mês da tragédia anterior intensificou a apreensão da população.
Embora em menor escala que a tempestade de agosto, a chuva desta madrugada reacendeu medos, expôs fragilidades e confirmou que a ilha ainda vive entre escombros, tanto físicos quanto institucionais. A população, que ainda se encontra em processo de recuperação do desastre anterior, voltou a enfrentar a ansiedade e o receio de uma repetição dos eventos traumáticos.
A tragédia de 11 de agosto permanece viva na memória coletiva dos sanvicentinos. As chuvas torrenciais daquela madrugada assolaram a ilha de forma inesperada e devastadora, ceifando nove vidas e deixando dois desaparecidos, para além dos enormes danos materiais que ainda hoje marcam a paisagem da ilha.
A coincidência de datas – exatamente um mês depois – transformou esta quinta-feira num dia particularmente difícil para uma comunidade que luta para superar o trauma e reconstruir não apenas as infraestruturas danificadas, mas também a confiança e a tranquilidade perdidas.
A situação atual revela que São Vicente continua vulnerável aos fenómenos meteorológicos extremos, mantendo-se numa situação de fragilidade que vai além dos danos físicos visíveis. Os escombros institucionais e as marcas psicológicas deixadas pela tragédia de agosto tornam cada nova precipitação intensa num momento de grande tensão para a população local.
As autoridades e a população permanecem atentas à evolução das condições meteorológicas, numa ilha que ainda procura encontrar o equilíbrio entre a normalidade do quotidiano e a memória indelével de uma das noites mais trágicas da sua história recente.
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