
“Rbera-Morada”, de Tambla Almeida, estreia hoje, às 18h30, numa sessão a ter lugar no Instituto Guimarães Rosa (antigo Centro Cultural Brasil-Cano Verde), Praia, sua cidade natal. Trata-se de um filme-documentário que explora as ideias à volta do nascimento, sejam elas biológicas ou espirituais.
Em entrevista ao Voz do Archipelago, Tambla Almeida admitiu que não sei por que motivos “quase todos” as suas obras giram à volta dos temas morte e nascimento. Desta vez, depois alguns trabalhos sobre o fim que é inevitável para todos nós, prepara-se para estrear uma obra sua que fala de nascimento e da “atenção que deve merecer de nós todos”.
“Mais do que valorizar o nascimento, temos que refletir sobre os mitos e crendices sobre o nascimento e redefinir as ideias à sua volta, sejam elas biológicas ou espirituais”, afirma Tambla Almeida acerca deste filme-documentário que, com força narrativa e estética, regista uma perspetiva muitas vezes marginalizada, ampliando a representatividade das experiências femininas no audiovisual.
O projeto, diz o realizador cabo-verdiano, “se insere em um contexto de crescente debate sobre a humanização do parto, os direitos das mulheres e os impactos dos traumas geracionais na saúde física e emocional”. Assim, o filme “dialoga com essas questões ao refletir sobre a vivência do parto como um evento não apenas biológico, mas também social e psicológico”, ao mesmo tempo que “traz à tona memórias e histórias de mulheres que atravessaram gerações carregando marcas invisíveis dessa experiência”.
Tambla Almeida: um percurso entre a arte, o ensino e o cinema
Mestre em Educação Artística pelo Instituto Politécnico de Viana de Castelo (Portugal), Tambla Almeida é um artista multidisciplinar que, em paralelo com a sua carreira de professor de Educação Artística na Escola Secundária Jorge Barbosa (ilha de S. Vicente) e na universidade pública (Uni-CV) e também em instituições de ensino superior privadas, é um dos mais proeminentes cineastas de Cabo Verde.
Realizador audiovisual e de cinema e produtor cultural, com trabalhos em videoarte, cinema poesia, vídeos institucionais, videoclips, documentário e televisão, e participação em vários certames cinematográficos, a sua filmografia, que data desde 2007, inclui, por exemplo, crónicas televisivas para TeleSur, da Venezuela (realização) e o documentário brasileiro “Ossos da Saudade” (produção). É também mentor e diretor do Oiá – Festival Nacional de Cinema e Audiovisual de Cabo Verde.
Fonte: Inforpress
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