
O Primeiro-Ministro, Ulisses Correia e Silva admitiu ontem, 17, que os graves problemas nas ligações marítimas interilhas, particularmente com as ilhas da Brava, Fogo e do Maio, afetam a confiança no sistema de transportes a nível nacional. Afirmação feita durante o seu discurso no âmbito da apresentação do projeto da Gare Marítima da Praia, cujo concurso foi lançado no mesmo dia.
Durante o seu discurso, Correia e Silva foi admitiu que as ilhas Fogo, Brava e Maio tem sido as mais afetadas por estas dificuldades nos transportes marítimas, e que estes problemas consequentemente afetam todo o país.” Temos que reconhecer que temos constrangimentos, sim. Não podemos deixar a Brava, Fogo, e Maio com problemas de ligações interilhas”, disse.
No que tange as disrupções, avarias, manutenções, considerou que estas devem ser supridas com o mesmo nível e regularidade de ligações e que cada disrupção é um problema para todos os cabo-verdianos.
Ademais, alertou para as consequências internacionais das disrupções no sistema marítimo, tendo em conta que os Estados Unidos da América tem uma grande comunidade cabo-verdiana. “É basta acontecer no Maio, na Brava, ou Fogo que é automaticamente exportável para os EUA, cria uma sensação de crise quando o sistema está a funcionar”, acrescentou o governante.
Explicou também que estas situações amplificam o nível de falta de confiança no sistema de transportes a nível nacional, sobrepondo-se aos progressos registados como o aumento de número de passageiros, aumento de cargas.
Gare Marítima, nova abordagem para o porto da Praia
Correia e Silva defendeu uma nova abordagem para a zona portuária da Praia, inspirada em experiências internacionais e defendeu a necessidade de investir na qualidade e organização dos portos de Cabo Verde. “Nos países que de facto fizeram investimentos de valorização da sua zona costeira e da sua zona marítima, colocam o porto como uma grande frente da montra daquilo que é o desenvolvimento urbano, da sua integração”, pontuou.
Anunciou também que está em curso um programa de melhoria das condições dos “comerciantes informais” que ganham o seu dia a dia em situações de grande precariedade na zona do porto da Praia e vai ser lançado um concurso para mercado de peixe. Uma iniciativa que o Chefe de Estado garante que vai dar uma nova abordagem à zona portuária.
Uma das prioridades do projeto é também melhorar as condições dos vendedores e vendedeiras que trabalham na zona portuária. Uma medida que faz parte de uma estratégia mais ampla de requalificação da zona, que pretende integrar todos os intervenientes do espaço portuário numa lógica de desenvolvimento urbano moderno, conforme avançou o governante.
“Nos países que de fato fazem investimentos de valorização da sua zona costeira e da sua zona marítima, colocam o Porto como uma grande frente da montra daquilo que é o desenvolvimento urbano, da sua integração”, reiterou Ulisses Correia e Silva.
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