A Empresa Pública de Produção de Eletricidade de Cabo Verde (EPEC) formalizou esta semana uma queixa junto da Polícia Judiciária por suspeita de sabotagem na Central Elétrica do Palmarejo, em Santiago, após avarias recorrentes que vêm provocando cortes de energia na Praia há um mês. A denúncia visa esclarecer se os incidentes registados desde o início de setembro têm origem criminosa.
A empresa justifica a apresentação da queixa com a necessidade de as autoridades competentes avaliarem todos os indícios e apurarem eventuais responsabilidades, caso se confirmem situações irregulares ou criminais. Segundo a EPEC, a medida inscreve-se num “espírito de total transparência, proteção dos trabalhadores, responsabilidade institucional e proteção do interesse público”.
No comunicado divulgado, a empresa sublinha que as investigações em curso não devem alimentar especulações ou alarme social, uma vez que servem exclusivamente para esclarecer os fatos e reforçar a confiança no funcionamento da companhia.
O vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, admitiu que os apagões sucessivos estão a travar a economia cabo-verdiana e anunciou investimentos no aumento de capacidade adicional, sistemas de reserva, gestão de risco e melhoria da tesouraria e governança da EPEC. “O Governo tem em boa nota esta restrição que é uma questão para ser equacionada com sentido de urgência”, declarou Correia.
O PAICV, maior partido da oposição, anunciou esta terça-feira, 7, que vai solicitar à Assembleia Nacional a abertura de um inquérito parlamentar para identificar causas e responsabilidades pelos cortes de eletricidade em Santiago. O líder parlamentar do PAICV, Clóvis Silva, garantiu que o grupo parlamentar recorrerá a todos os instrumentos disponíveis para obter respostas sobre a crise energética.
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