
Cabo Verde regista 56 casos de paludismo desde o início do ano, com 46 ocorrências concentradas na capital, Praia, revelou ontem, 9, o ministro da Saúde, Jorge Figueiredo. A maioria dos casos tem origem importada, mas alguns foram classificados como introduzidos, o que aponta para alguma transmissão local da doença no arquipélago.
O governante explicou que cerca de 23 a 25 dos 56 casos são importados e preocupam as autoridades sanitárias porque, ao entrarem em território nacional, podem originar novas infeções devido às condições climáticas favoráveis à transmissão da doença.
Na Praia, a distribuição geográfica dos casos alterou-se em relação a anos anteriores. Segundo Jorge Figueiredo, as zonas tradicionalmente mais afetadas, Fontom e Fundo Cobom, têm registado menos ocorrências. Por outro lado, áreas como Terra Branca, com dois casos, uma zona fronteiriça do Palmarejo e Tira-Chapéu tornaram-se novas fontes de preocupação. Surgiu ainda um caso no Sal, cuja origem está a ser investigada pelas autoridades de saúde.
O ministro sublinhou ainda que o país mantém as condições climáticas objetivas para a ocorrência de paludismo todos os anos. O objetivo do Governo passa por evitar que a situação evolua para um cenário epidémico, com muitos casos que possam desestruturar o sistema de saúde.
Nesta ótica, o ministro apela à colaboração multissectorial, envolvendo responsáveis do ambiente e dos municípios, para que cada entidade cuide da sua área de atuação, apostando na limpeza e no combate eficaz à doença.
Frisou ainda que Cabo Verde trabalha para manter a certificação de país livre de paludismo, mas que essa distinção não elimina as condições climáticas que favorecem o aparecimento de casos, o que exige o reforço contínuo de estratégias de prevenção e controlo.
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