Cidade da Praia acolhe entre 3 e 5 de setembro, a Conferência Internacional sobre a Integridade da Informação na Região Oeste Africana (ICAEL), uma iniciativa da UNESCO em parceria com o governo cabo-verdiano que reúne 150 a 200 participantes nacionais e internacionais para definir um quadro estratégico contra a desinformação, numa altura em que as tecnologias digitais e a inteligência artificial ganham protagonismo no panorama mediático.
A conferência, que decorre durante três dias na cidade da Praia, pretende estabelecer um plano de ação para a integridade da informação adaptado ao contexto da África Ocidental e do Sahel, alinhado com as normas internacionais. O evento surge como resposta à necessidade de ações articuladas que garantam a veracidade das informações num contexto de crescente digitalização.
” UNESCO adotou recentemente a Recomendação sobre a Ética da Inteligência Artificial e diretrizes para a governança das plataformas digitais, tendo também como base quadros jurídicos internacionais e regionais, nomeadamente os quadros jurídicos da União Africana, como a Carta da União Africana sobre a Democracia e eleições e governação”, explicou a Secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros.
O programa do evento inclui várias sessões plenárias dedicadas a temas centrais como a definição do quadro estratégico para a integridade da informação, os riscos e ameaças informacionais, a governança das plataformas digitais, o uso de novas tecnologias, o acesso à informação e o desenvolvimento de competências de literacia mediática.
Para o secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, Lourenço Lopes, esta conferência representa uma oportunidade para “reafirmar o compromisso do governo com a agenda digital e mediática”.
“Ao reunir altos responsáveis políticos nacionais e internacionais, académicos e especialistas, redes de regulação, partidos políticos, profissionais de comunicação social, organizações da sociedade, entre outros atores, a conferência ergue-se num espaço de partilha, de diálogo e de procura conjunta de soluções em defesa e proteção dos cidadãos e das democracias”, sublinhou.
O governante destacou ainda que a escolha de Cabo Verde para acolher este evento constitui “um reconhecimento da UNESCO de como Cabo Verde é, definitivamente, uma referência da liberdade, da democracia, da transparência e da boa governação em África e no mundo”.
A conferência reúne personalidades políticas nacionais e internacionais, organizações da sociedade civil, académicos, especialistas em comunicação e representantes de órgãos de regulação, consolidando-se como um fórum de debate sobre os desafios da era digital na região oeste-africana.
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