
O Governo está a investir 35 milhões de euros na recuperação de São Vicente e das ilhas afetadas pela tempestade Erin, mas necessita de mais 20 milhões para completar os trabalhos, anunciou ontem, 22, o ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, num encontro com parceiros internacionais para avaliar a resposta aos impactos do desastre natural.
Os 35 milhões de euros foram mobilizados através do Fundo Nacional de Emergência e do Fundo Soberano de Emergência e estão a ser aplicados em operações de limpeza, recuperação de escolas, reabilitação de infraestruturas públicas e municipais, limpeza urbana, apoio social e ao setor empresarial, explicou o governante no final da reunião.
Paulo Rocha justificou o pedido de apoio financeiro adicional com a necessidade de recapitalizar o Fundo de Emergência para futuras catástrofes e concluir a recuperação de São Vicente. “Temos de estar prevenidos. Não sabemos quando poderá acontecer uma nova emergência”, alertou o ministro.
A longo prazo, o executivo pretende construir um sistema de drenagem resiliente em São Vicente e reconstruir infraestruturas mais robustas, capazes de resistir às alterações climáticas. Este investimento estrutural está estimado em cerca de 350 milhões de euros. A Câmara Municipal de São Vicente lidera os trabalhos de limpeza e recuperação da cidade.
O Governo atribuiu o rendimento social de emergência, que será pago durante três meses consecutivos, às pessoas que perderam os seus rendimentos. Trabalhadores e empresas receberam subvenções financeiras para recuperar as atividades económicas. Conforme avançou, as empresas formais e informais dos setores da agricultura e da pesca já receberam uma primeira tranche de apoio, havendo setores que já obtiveram a segunda.
A tempestade Erin atingiu Cabo Verde na madrugada de 11 de agosto, inundou bairros, destruiu estradas e estabelecimentos comerciais e afetou o abastecimento de energia e água. O fenómeno meteorológico provocou nove mortos, deixou duas pessoas desaparecidas e causou vários desalojados em São Vicente.
O Governo já realojou 50 famílias e decretou situação de calamidade por seis meses em São Vicente, Santo Antão e São Nicolau. O plano de resposta aprovado inclui apoios de emergência às famílias e às atividades económicas, com linhas de crédito bonificadas e verbas a fundo perdido, financiadas pelo Fundo Nacional de Emergência e pelo Fundo Soberano de Emergência, criado em 2019.
Fonte: Inforpress
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