
A Direção Nacional de Pesca e Aquacultura (DNPA) anunciou nesta terça-feira, 22 de abril, que os resultados preliminares da Campanha de Pesca Experimental com Palangre de Fundo são “francamente positivos”, apontando para um elevado potencial de desenvolvimento sustentável desta técnica em Cabo Verde.
A campanha, realizada entre maio e setembro de 2024 nas águas de São Vicente e Santo Antão, resultou na captura de 28.445 toneladas de peixe, com destaque para a garoupa madeira rocha, que representou 34% do total pescado.
O Diretor Nacional da DNPA, Carlos Monteiro, considera que esta nova técnica representa uma “grande oportunidade” para a diversificação e valorização da pesca semi-industrial no país, tanto no mercado interno quanto na exportação.
“Trata-se de uma arte de pesca seletiva, inovadora e com elevado potencial de crescimento”, afirmou o responsável, acrescentando que esta prática já é usada com sucesso em outras regiões insulares, como os arquipélagos das Canárias, dos Açores e da Madeira.
A campanha foi fruto de uma parceria público-privada entre a DNPA e a empresa Blue Atlantic Fisheries SV, que operou com licença especial de pesca. Durante os seis meses da iniciativa, três embarcações de boca aberta, com comprimentos entre 6 e 9 metros, foram utilizadas.
Os barcos estavam equipados com tecnologia como sondas para deteção do fundo do mar, plotters, rádios VHF e guinchos de halagem. Cada embarcação operou com uma média de 15 aparelhos de palangre, pescando entre 22 e 24 dias em profundidade de 100 a 150 metros.
Além da garoupa madeira rocha (9.765 kg), os principais peixes capturados foram a moreia, com 4.421 kg (16%), e o esmoregal, com 3.808 kg (13%). Os dados foram considerados “promissores” e reforçam a viabilidade da técnica como uma alternativa sustentável para o setor pesqueiro nacional.
Durante a apresentação dos resultados, o Ministro do Mar, Jorge Santos, destacou o valor da experiência e defendeu o investimento na modalidade. “É preciso investir”, disse, revelando que o Governo poderá apoiar pescadores interessados, através do Fundo Autónomo das Pescas, com subsídios para aquisição de guinchos, tal como já acontece com motores e fibragem de embarcações.
O Ministro acrescentou ainda que a Escola do Mar deverá ser envolvida na formação de profissionais para o uso desta técnica, sublinhando que a inovação deve ser o motor de crescimento do setor das pescas em Cabo Verde.
Fonte: Governo de Cabo Verde
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