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A oposição absteve-se e criticou o Executivo por considerar o ajustamento insuficiente face à inflação acumulada dos últimos anos. Julião Varela, deputado do PAICV, recordou que o partido tem proposto, desde 2016, atualizações anuais das pensões alinhadas com a taxa de inflação, que ultrapassou os 20% ao longo deste período.

“Só agora o Executivo apresenta um aumento de 2%, um ajustamento insuficiente face à perda de poder de compra dos pensionistas”, afirmou o parlamentar, acrescentando que o Governo revela “falta de sensibilidade” ao anunciar crescimento económico médio de 6% a 7% e não compensar adequadamente os reformados.

António Monteiro, da UCID, reforçou as críticas após ter apresentado uma contraproposta de aumento de 5%, que não obteve resposta do Governo. O deputado exemplificou o impacto da medida: um pensionista que recebe 10 mil escudos passará a ter 10.200 escudos mensais.

“Não chega para comprar um quilo de arroz. Esta falta de sensibilidade do Governo deixa os pensionistas, que tanto contribuíram para o desenvolvimento do país, desprotegidos”, sublinhou.

Em defesa da proposta aprovada, o deputado do MpD João Gomes afirmou que o aumento cumpre o ajustamento anual das pensões e representa um esforço para equilibrar a atualização com a sustentabilidade das finanças públicas.

“A atualização aprovada demonstra o compromisso do Governo em manter a proteção dos pensionistas, dentro das possibilidades do Estado, e garantir a continuidade do equilíbrio económico do país”, defendeu o parlamentar governamental.