
O presidente do PAICV, o deputado Rui Semedo, acusou hoje, 21, durante a sua intervenção inicial no debate mensal com o primeiro-ministro, que falta transparência nos negócios públicos conduzidos pelo Governo de Ulisses Correia e Silva, apontando como exemplo a aquisição recente do avião da Guarda Costeira.
“Transparência é incompatível com a situação recente da aquisição do avião da Guarda Costeira, em que foram tornados públicos três preços de compra, cada um mais elevado que o outro, e sem sabermos ao certo qual o verdadeiro preço deste negócio”, afirmou Rui Semedo, que considerou também que “todos os cabo-verdianos têm que saber, de forma clara, que investimentos estamos a fazer, que compromissos o Estado já assumiu”.
É que, em Cabo Verde, disse o presidente do PAICV, “os recursos são escassos e todos nós sabemos disso. E, por isso mesmo, a sua criteriosa gestão é uma questão iminentemente ética e moral”. “Aqui, cada centavo conta e é dever do Estado a sua utilização sob os mais elevados princípios da eficiência e da efetividade. Tem que haver transparência, mais do que uma simples necessidade, é um imperativo moral”, defendeu Semedo.
Tal postura é tão mais necessária “desde logo porque temos uma larga franja da população a viver na pobreza, uma elevada taxa de desemprego, a população tem um baixo rendimento, e vivenciamos uma grande desigualdade social e um elevado nível de exclusão, mas também temos um baixo nível de acesso a bens essenciais que garantam uma vida com maior dignidade”.
Junto com a transparência, alegou Rui Semedo, deve vir a “credibilização da política”, que significará os políticos fazerem apenas as propostas que são “capazes de cumprir, tornando as campanhas eleitorais em diálogos sérios de compromisso entre os candidatos e os eleitores e o cumprimento dos programas em mecanismos claros de responsabilização contratual”.
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