
A Organização Mundial da Saúde (OMS) certificou oficialmente hoje, 17, a eliminação do sarampo e da rubéola no arquipélago, colocando o país ao lado das Maurícias e Seicheles como os primeiros territórios subsaarianos a atingir este marco.
O anúncio foi feito em conferência de imprensa internacional realizada a partir de Brazzaville, República Democrática do Congo, com a participação do diretor regional da OMS para África, Mohamed Janabi, e do ministro da Saúde de Cabo Verde, Jorge Figueiredo.
“Esta é uma grande conquista em saúde pública. Parabéns a Cabo Verde, Maurício e Seychelles por este importante marco em nossos esforços coletivos para controlar e erradicar doenças na África”, declarou o Mohamed Janabi. “Isso mostra o que é possível quando os países priorizam a prevenção e tornam as vacinas uma prioridade.”
A certificação foi verificada por comissões independentes que se reuniram no final de outubro, seguindo protocolos internacionais de avaliação. Para o ministro Jorge Figueiredo, este é “um momento verdadeiramente histórico, não apenas para Cabo Verde, mas para toda a região africana”.
“Durante décadas, o sarampo e a rubéola ameaçaram a saúde e o futuro das nossas crianças. Hoje, celebramos o fim desta ameaça”, afirmou o governante, destacando que não foram detetados casos autóctones de sarampo desde 1999, e os últimos casos de rubéola foram registados em 2010.
O êxito de Cabo Verde no domínio da imunização assenta em pilares sólidos que garantem a proteção contínua da população. O país mantém, há mais de duas décadas, uma cobertura vacinal superior a 95%, assegurada por um financiamento integralmente nacional desde 1998. Soma-se a isto um sistema robusto de vigilância e resposta rápida, capaz de identificar e atuar prontamente perante qualquer ameaça, bem como um alcance verdadeiramente universal, que leva os serviços de vacinação até às comunidades mais remotas.
“Esta conquista é uma prova do que é possível quando governos, profissionais de saúde, comunidades e parceiros internacionais se unem em torno de um objetivo comum”, sublinhou o ministro da Saúde.
Com esta certificação, Cabo Verde junta-se a 94 países que eliminaram o sarampo e 133 que eliminaram a rubéola em todo o mundo, tornando-se um farol de esperança para o continente africano. Apesar da conquista, as autoridades alertam que eliminação não significa erradicação. “O risco de importação permanece e devemos manter-nos vigilantes”, advertiu Jorge Figueiredo, reforçando o compromisso de manter elevada cobertura vacinal e investir nos sistemas de saúde para garantir que nenhuma criança fique desprotegida.
O sarampo e a rubéola são vírus altamente contagiosos transmitidos pelo ar. O sarampo pode resultar em complicações graves e morte, especialmente entre crianças pequenas, enquanto a rubéola pode causar defeitos congénitos irreversíveis se a infeção ocorrer durante a gravidez. Ambas as doenças são totalmente preveníveis através de vacinação.
A OMS mantém o objetivo de conseguir eliminar estas duas doenças em, pelo menos, 80% dos países africanos até 2030, e o exemplo de Cabo Verde prova que este sonho é possível.


















































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