
A criação da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços Franco-Cabo-verdiana está em marcha para reforçar a ligação económica entre Cabo Verde e os empresários cabo-verdianos residentes em França. A iniciativa foi anunciada ontem, 23, pelo consultor do Ministério das Comunidades, Miguel Sousa, após o Congresso Internacional de Quadros realizado na Praia na semana passada. A nova câmara deverá ser instalada até 2026.
Conforme revelou Miguel Sousa, a proposta partiu dos próprios empresários da diáspora que participaram no congresso sob o lema “Um diálogo entre o país e a diáspora”. “A primeira coisa que defenderam foi a criação de uma Câmara de Comércio”, afirmou o consultor, sublinhando que o objetivo passa por criar um modelo mais estruturado e sustentável de investimento no arquipélago.
A futura câmara seguirá o formato das congéneres existentes em Cabo Verde e terá como missão central promover o empreendedorismo, a cooperação empresarial e o investimento bilateral. “Queremos que a diáspora se estruture em empresas, que aprenda a fazer negócios e, a partir dessas empresas, fortaleça os mecanismos de relação com o país”, explicou Miguel Sousa.
O consultor defende que a relação tradicional dos cabo-verdianos no estrangeiro com o país de origem é predominantemente individual e não empresarial. Com a nova estrutura, pretende-se que os emigrantes assumam também “os desafios empresariais na diáspora, como motor dessa relação com Cabo Verde”.
Uma comissão de trabalho já foi criada para avançar com o processo de instalação da câmara. Miguel Sousa considera a iniciativa “uma forma inovadora de organização da diáspora” e admite a possibilidade de replicar o modelo noutros países com comunidades cabo-verdianas significativas, como Portugal, Angola e Estados Unidos.
O consultor lembrou ainda que medidas como a nova Lei das Pequenas Encomendas podem criar oportunidades para que os cabo-verdianos da diáspora se organizem empresarialmente e fortaleçam os laços económicos com o arquipélago. A aposta em estruturas bilaterais surge como estratégia para consolidar o papel da diáspora enquanto parceira no desenvolvimento nacional.


















































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