Quarta-feira, 03 Dezembro 2025

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Morreu Vasco Martins aos 69 anos

Morreu esta madrugada o compositor e músico cabo-verdiano Vasco Martins, aos 69 anos, no Hospital Baptista de Sousa, em São Vicente, devido a complicações de saúde. A informação foi avançada pela Rádio de Cabo Verde (RCV) e confirmada pelo irmão, Rodrigo Martins, à Rádio Morabeza.

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O ministro da Cultura e das Industrias Criativas, Augusto Veiga, que falava hoje à RCV, lamentou o falecimento do artística e classificou-a como “uma grande perda para a cultura cabo-verdiana e para todo o país”.

O país e a comunidade artística despedem-se de um dos seus nomes mais originais e criativos, cuja contribuição para a identidade cultural cabo-verdiana permanece viva através da sua vasta obra.

Vasco Jorge Coelho de Oliveira Martins nasceu em Queluz, Portugal, em 1956, e fixou-se em São Vicente aos nove anos de idade, onde viria a desenvolver a sua carreira artística. Musicólogo, compositor e instrumentista, tornou-se uma figura de referência na música cabo-verdiana, reconhecida tanto a nível nacional como internacional.

No início da carreira, mostrou predisposição para o piano e a guitarra, e rapidamente se dedicou à composição. Autodidata no começo, aprofundou os seus conhecimentos de harmonia e análise musical em Portugal, e mais tarde estudou no Conservatoire Municipal de Noisy-le-Sec, em França, sob orientação do maestro Henri-Claude Fantapié.

A obra de Vasco Martins destacou-se pela fusão entre a música clássica e erudita, incluindo peças para orquestra sinfónica e influências da música tradicional de Cabo Verde. Incorporou também elementos de jazz, eletrónica e sonoridades contemporâneas, mantendo sempre um vínculo forte às raízes culturais cabo-verdianas.

Para além da música, Vasco Martins exerceu-se como escritor com poemas e romances publicados e como investigador da música tradicional cabo-verdiana. Foi co-fundador do grupo musical Gota d’Água, através do qual compôs e interpretou grande parte da sua obra, assumindo-se como um dos poucos músicos em Cabo Verde cuja atividade profissional se concentrou unicamente na música.

Foto: MCIC

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