
Os profissionais de saúde em Cabo Verde precisam colocar a ética no centro da relação com os doentes. Foi esta uma das principais mensagens do ministro da saúde, Jorge Figueiredo, durante o III Simpósio Internacional sobre Filosofia e Bioética, que decorre na Praia e em Mindelo até sábado, 18. O evento coloca na agenda nacional questões urgentes sobre manipulação genética, equidade na saúde e inteligência artificial, sob a perspetiva dos valores humanistas e cristãos.
O ministro da Saúde, Jorge Figueiredo, defendeu durante a cerimónia de abertura que a bioética em Cabo Verde é um fenómeno em transformação e em crescimento. Salientou que este campo reflete tanto os avanços do sistema de saúde quanto as tensões típicas de um país empenhado em equilibrar a tradição, a modernidade científica e os valores humanistas.
Questionado sobre a observância das questões de bioética entre os profissionais de saúde, o governante afirmou que estas componentes integram obrigatoriamente a formação dos técnicos. Sublinhou ainda que compete ao Estado exigir que o comportamento dos profissionais se aproxime do conceito de humanismo.
“Os profissionais de saúde não tratam nada mais que seres humanos. Por isso, a ética tem que ser fundamental na relação médico-paciente”, reforçou.
Por seu turno, o Cardeal Dom Arlindo Furtado alertou para o uso responsável da inteligência artificial. Reconheceu a tecnologia como valiosa e reflexo da criatividade humana, mas ressalvou que a sua utilização não pode comprometer a humanidade, a realidade das coisas, nem a inteligência e as emoções humanas.
“O III Simpósio representa uma oportunidade para aprofundar o diálogo entre especialistas e decisores políticos sobre temas que se tornam cada vez mais urgentes no contexto da medicina e da investigação científica contemporâneas”, lê-se no comunicado do Ministério da Saúde.
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