
Dezenas de artistas, investigadores e grupos culturais receberam reconhecimento público do Ministério da Cultutra e das Indústrias Criativas, durante as celebrações do Dia Nacional da Cultura e das Comunidades, no passado sábado, em São Miguel.
A cerimónia de homenagem, promovida pelo Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas (MCIC), valorizou o trabalho de homens e mulheres que preservam e transmitem a herança identitária do país através de géneros tradicionais, práticas ancestrais e manifestações culturais.
“Quem faz a cultura são os homens e as mulheres desta nossa terra”, declarou Augusto Veiga, Ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, sublinhando o papel insubstituível dos criadores locais na salvaguarda do património cultural. O responsável destacou ainda a importância decisiva dos parceiros que colaboram com as iniciativas governamentais para fortalecer o sector.
A distinção abrangeu expressões culturais de forte raiz comunitária. Da Tabanca, manifestação que concentra o espírito coletivo das localidades, receberam reconhecimento Dilson de Jesus Moniz Moreno, cognominado “Nenê” e Rei de Tabanca de Achada Grande, Amaro Gomes Monteiro “Aníbal”, Rei de Tabanca de Lém Cabral, e o Grupo Tabanka Salinas, do concelho de Santa Cruz. Estes nomes incorporam gerações de conhecimento transmitido oralmente e práticas que moldam a identidade das comunidades.
O Funaná, género musical emblemático de Cabo Verde, foi igualmente celebrado através de duas figuras incontornáveis do setor. José Correia Vaz, “Zito Kode di Dona”, compositor, cantor e tocador de gaita, viu reconhecido o seu contributo para a perpetuação deste estilo. José Vaz, igualmente compositor e mestre da gaita, foi homenageado a título póstumo, garantindo que o seu legado permanece vivo na memória colectiva.
A cerimónia estendeu-se a outras expressões tradicionais do país. Domingos Pascoal “Paskual” e Tomás Mendes Cabral “Nhu Ojéniu” receberam homenagem como mestres da Cimboa, enquanto Inácia Maria Gomes Correia “Nha Nácia Gomi” foi distinguida pelas suas contribuições ao Finason e ao Batuco, manifestações que resistem através da oralidade e da participação feminina na transmissão cultural.
As artes tradicionais ocuparam também lugar relevante nas distinções. Jorge Lopes Gomes “Vito” e José Carlos Tavares, mestres da tecelagem em Panu Téra, e João Baptista Mendes Cardoso “Sr. Fico”, reconhecido pela maestria na Cestaria, receberam o reconhecimento público do Governo. Paralelamente, dois investigadores dedicados ao estudo e preservação do património foram igualmente homenageados: Augusta Évora Tavares Teixeira “Mana Guta”, linguista e escritora, e José Maria Vieira de Brito Almeida, fundador do Arquivo Histórico Nacional.
A celebração incluiu um momento específico de valorização dos parceiros internacionais que têm contribuído para o fortalecimento do setor cultural em Cabo Verde.
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