Terça-feira, 21 Outubro 2025

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Mindelact 2025 celebra 50 anos de independência com 22 espetáculos

O Mindelact regressa à ilha do Monte Cara entre 3 e 8 de novembro, para celebrar o teatro, o encontro e a liberdade criativa, numa edição especial batizada de “Aurora”, que assinala os 50 anos de independência de Cabo Verde.

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O cartaz oficial da 31ª edição já foi revelado e promete uma programação diversificada, com 22 espetáculos de grupos teatrais provenientes de 10 países diferentes, totalizando 53 apresentações ao longo dos seis dias do festival. Durante uma conferência de imprensa realizada ontem no Mindelo, o presidente do Mindelact, Yannick Fortes, garantiu que aproximadamente 90% dos espetáculos serão de acesso gratuito ao público.

“O objetivo é fazer uma programação completamente gratuita. Apenas 10% é com bilhete comprado,  de forma a que as pessoas tenham acesso à arte. Isso é importante”, explicou Yannick Fortes.

Com o habitual palco do Centro Cultural do Mindelo encerrado devido aos danos causados pela tempestade Erine, a maioria dos espetáculos decorrerá no espaço da Academia do J. Monte. Além do palco principal, o festival contará com mais cinco palcos alternativos espalhados pela cidade, incluindo apresentações na Pracinha da Câmara, na Praça da Árvore de Luís de Camões e na Praça de Nhô Djunga Sidónio, com atividades gratuitas praticamente todos os dias.

Uma novidade menos positiva para esta edição é que o tradicional “Festival Off” não se realizará por falta de espaços adequados para os espetáculos, conforme informou o presidente do Mindelact. Além das atividades no Mindelo, haverá uma extensão do Mindelact na cidade da Praia, com duas apresentações agendadas para os dias 3 e 8 de novembro, incluindo a performance “Cabral Corpo”, do Saaraci Colectivo Teatral e do grupo Raiz di Polon.

A edição “Aurora” do Mindelact foi concebida com um orçamento de 11 mil contos (aproximadamente 100 mil euros). No entanto, Yannick Fortes revelou que “em todas as edições anteriores raramente conseguimos atingir sequer metade desse valor”. Apesar das dificuldades financeiras crescentes, com apoios diminuídos e custos em constante aumento, o presidente do festival assegura que o Mindelact mantém o seu compromisso com a cultura e com o público.

“Não tenho um orçamento que está bem além do que consigo arrecadar depois. Consigo fazer o festival graças ao amor que as pessoas têm pelo festival. Mais de 90% da minha equipa trabalha gratuitamente”, revelou Yannick Fortes.

O dirigente admitiu que, mesmo com as dificuldades, não conseguem garantir alimentação e alojamento para todos os artistas participantes, mas considerou fundamental manter o festival neste momento histórico. “Mesmo que os artistas não tenham garantias de alimentação ou alojamento, temos conseguido fazer e achamos importante realizar o festival neste momento”, sublinhou.

A edição “Aurora” assume um significado especial ao celebrar meio século de independência de Cabo Verde, reafirmando o papel do Mindelact como uma das mais importantes plataformas culturais do país e um espaço de encontro entre artistas nacionais e internacionais.

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