Quinta-feira, 22 Maio 2025

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Joana Rosa partilha boas práticas contra crime organizado em conferência internacional

A ministra da justiça, Joana Rosa, apresentou ontem, 19, em Viena, Áustria, um conjunto de medidas transformadoras implementadas por Cabo Verde no combate ao crime organizado transnacional, durante um fórum realizado no âmbito da 34ª Sessão da Comissão para a Prevenção do Crime e Justiça Penal das Nações Unidas (CCPCJ). 

O evento, intitulado “Respostas Transformadoras e Disruptivas no Combate ao Crime Organizado Transnacional e Fortalecimento do Estado de Direito em Cabo Verde e Guiné-Bissau”, reuniu autoridades internacionais e especialistas para debater soluções inovadoras face aos desafios específicos dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SIDS).

Na sua intervenção, a Ministra Joana Rosa destacou quatro eixos fundamentais da reforma judicial cabo-verdiana, todos apoiados pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC): a Lei de Perda de Ativos Civis, a Ciudad Judiciaria, a Digitalização Judicial e a Teoria da Mudança.

“Estas reformas representam um compromisso efetivo de Cabo Verde em criar um sistema judicial resiliente contra o crime organizado, servindo como modelo potencial para outros Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento”, afirmou a governante durante a sua apresentação.

Pilares de reforma judicial

A ministra destacou quatro eixos já implementados na reforma do sistema judicial cabo-verdiano, sendo o primeiro pilar a “lei de perda de ativos civis”, desenvolvida em parceria com o UNODC, que permite o confisco de bens ligados a atividades criminosas mesmo sem condenação penal, uma ferramenta crucial para desmantelar redes criminosas e combater a lavagem de dinheiro.

O segundo pilar, a “Ciudad Judiciaria”, que consiste num complexo que integra o Supremo Tribunal, o Ministério Público, a Unidade de Inteligência Financeira e o Laboratório Forense, que visa modernizar investigações e fortalecer a cooperação interinstitucional.

A “digitalização judicial”, terceiro eixo da reforma, traduz-se na implementação de plataformas eletrónicas que agilizam processos e aumentam a transparência, incluindo funcionalidades como consulta remota de autos e notificações digitais.

Por fim, a ministra apresentou a “Teoria da Mudança”, uma estratégia integrada que combina reformas legais, capacitação de magistrados e cooperação internacional, alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

A experiência cabo-verdiana foi destacada como exemplo de como países com recursos limitados podem implementar reformas estruturais eficazes no combate ao crime organizado transnacional.  

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