Domingo, 16 Novembro 2025

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Inflação em Cabo Verde situa-se em 2,1% em outubro

A taxa de inflação média anual em Cabo Verde manteve-se em 2,1% no mês de outubro de 2025, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). O Índice de Preços no Consumidor (IPC) registou uma variação mensal negativa de 0,1%, o que representa uma descida de 0,3 pontos percentuais face ao mês anterior.

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No contexto regional, Cabo Verde apresenta um desempenho relativamente favorável em termos de controlo da inflação. Enquanto o arquipélago mantém taxas em torno dos 2%, outros países da África Ocidental enfrentam pressões inflacionistas mais acentuadas, reflexo das diferentes estruturas económicas e políticas monetárias implementadas. A proximidade de Cabo Verde à Zona Euro, tanto económica como monetariamente, através da paridade cambial fixa ao euro, tem contribuído para esta estabilidade.

Os números divulgados pelo INE mostram uma tendência de abrandamento da inflação no arquipélago. A taxa de variação acumulada do IPC, que mede a evolução dos preços desde o início do ano, situou-se em 1,9%, superior em 0,3 pontos percentuais à observada no período homólogo de 2024. O indicador de inflação subjacente, que exclui energia e bens alimentares não transformados por serem mais voláteis, assinalou uma variação homóloga de 2,1%, valor inferior em 0,5 pontos percentuais ao registado no mês anterior.

Por sua vez, a taxa de variação homóloga, que mede a evolução dos preços em relação ao mesmo período do ano anterior, fixou-se em 1,6%, valor inferior em 0,6 pontos percentuais ao registado em setembro.

Projeções do BCV apontam para redução da inflação em 2026

A estabilidade da inflação em Cabo Verde contrasta com a situação de outros países da região. O Banco de Cabo Verde prevê que o ano termine com uma taxa de inflação média anual de 2,4%, com uma redução esperada para 1,7% em 2026. Estas projeções mantêm o país numa trajetória controlada de preços, num contexto regional marcado por pressões inflacionistas mais elevadas.

Para as famílias cabo-verdianas, a manutenção da inflação em níveis moderados significa uma maior estabilidade no custo de vida. Embora os preços continuem a subir, o ritmo de crescimento é lento, permitindo que o poder de compra dos rendimentos não seja drasticamente afetado. O facto de a variação mensal ter sido negativa em outubro indica que, no curto prazo, alguns produtos ficaram mais baratos ou mantiveram os seus preços estáveis.

A economia cabo-verdiana deverá crescer cerca de 5,5% este ano, desacelerando para 4,8% em 2026, de acordo com as previsões do Banco de Cabo Verde. Este crescimento económico, aliado ao controlo da inflação, cria condições favoráveis para a melhoria gradual das condições de vida das famílias, especialmente num país fortemente dependente das importações.

A gestão da política monetária tem sido um dos fatores determinantes para manter a inflação controlada. O Banco de Cabo Verde manteve as taxas de juro de referência inalteradas, com a taxa diretora nos 2,5%, considerando que estes níveis são adequados para assegurar a estabilidade de preços e a robustez do sistema financeiro. A instituição financeira sublinha ainda que as reservas internacionais líquidas deverão aumentar, garantindo cerca de oito meses de importações.

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