Sexta-feira, 26 Setembro 2025

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Hospital Nacional vai reduzir evacuações médicas, diz Jorge Figueiredo

O ministro da saúde, Jorge Figueiredo, apresentou esta segunda-feira, 28, na cidade da Praia, o projeto do Hospital Nacional de Cabo Verde, uma infraestrutura de referência que será construída em Achada Limpo com um investimento inicial de 180 milhões de dólares, destinada a reduzir substancialmente as evacuações médicas e formar especialistas locais em áreas críticas como oncologia e cardiologia.

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Durante a sua comunicação, o governante explicou que o novo hospital surge da necessidade reconhecida pelo Governo de que os atuais hospitais centrais não conseguem responder eficazmente a todas as demandas que determinam evacuações médicas. O projeto, cujo estudo de viabilidade técnica e financeira decorreu durante cerca de dois anos, visa criar um espaço de excelência médica que servirá não apenas para tratamentos, mas também como centro de formação, investigação e intercâmbio entre especialistas.

A localização estratégica do hospital em Achada Limpo, próximo da Achada Mato, segundo o ministro, foi cuidadosamente escolhida para garantir proximidade às principais vias de acesso da capital, ao Aeroporto Internacional Nelson Mandela e à Circular da Praia, bem como ao Hospital Universitário Agostinho Neto. A infraestrutura ocupará uma área total de cerca de 5 hectares, sendo 2 hectares na primeira fase e mais 1 hectare na segunda fase, ficando 2 hectares de reserva para futuras expansões.

O modelo de financiamento adotado pelo Governo baseia-se numa parceria público-privada (PPP), envolvendo o Instituto de Fomento Habitacional (IFH), que já cedeu o terreno estatal, o Instituto Nacional da Previdência Social (INPS), bancos multilaterais de desenvolvimento e fundos de investimento. Uma abordagem que visa não apenas assegurar o financiamento necessário, mas também garantir uma gestão eficiente da infraestrutura.

O hospital funcionará como topo do Sistema Nacional de Saúde do país, servindo de referência para os dois hospitais centrais e os quatro hospitais regionais, através de dois modelos de atendimento, designadamente os serviços de emergência e consultas programadas. Jorge Figueiredo detalhou que o acesso ao hospital seguirá protocolos específicos, com os pacientes a serem encaminhados através da rede de centros de saúde, hospitais regionais e centrais, garantindo assim um fluxo organizado e eficiente.

Conforme explica, a construção será desenvolvida em duas fases distintas. A primeira fase, com cerca de 20 mil metros quadrados, contará com 44 camas distribuídas por diferentes especialidades: 15 para cardiologia, 10 para oncologia, 7 para internamento geral e 12 para cuidados intensivos. Esta fase incluirá ainda 20 gabinetes de ambulatório, 4 blocos cirúrgicos, equipamentos de angiografia e fluoroscopia, e um hospital de dia para consultas externas.

A segunda fase ampliará a capacidade com mais 10 mil metros quadrados e 74 camas adicionais, incorporando novas especialidades como orto-traumatologia com 10 camas, neurocirurgia e cirurgia vascular com 15 camas, e 25 camas para internamento geral, além de 24 camas para cuidados intensivos. No final desta fase, o hospital disporá de 118 camas no total, 30 gabinetes ambulatórios e 6 blocos cirúrgicos.

O equipamento tecnológico será de última geração, incluindo radiografias, mamografia, ressonância magnética, ultrassonografia, cardiograma, ecocardiograma transtorácico, endoscopia e terapia. Segundo a mesma fonte, esta dotação tecnológica avançada permitirá aos especialistas responder com qualidade às mais diversas situações clínicas, de forma a cumprir com o objetivo de reduzir significativamente as evacuações médicas.

“O financiamento do projeto representa um dos maiores desafios, com custos estimados em 180 milhões de dólares para a primeira fase, aos quais se somam 36,5 milhões de dólares para custos de gestão”, afirma Jorge Figueiredo. Explica ainda que, a segunda fase requererá um investimento adicional de 108 milhões de dólares, mais 20 milhões para gestão, totalizando custos de funcionamento de aproximadamente 56,6 milhões de dólares.

O ministro destacou que o hospital pretende consolidar a política turística do país, oferecer confiança aos investidores do setor e atrai investimentos nas áreas de equipamentos médicos e insumos. A infraestrutura ambiciona tornar-se uma referência na sub-região, atraindo pacientes da região e servindo a diáspora cabo-verdiana que preferir receber tratamento no país.

“O estudo de viabilidade, já finalizado e aprovado após quase dois anos de trabalho, contou com a consulta de todas as instituições ligadas à saúde, incluindo hospitais centrais, ordem dos médicos, enfermeiros e demais técnicos especializados. O processo incluiu também a auscultação de parceiros estratégicos para garantir a conceção adequada do projeto, reitera o governante.

Na oportunidade, Jorge Figueiredo anunciou que o caderno de encargos e requisitos do concurso está em preparação, com o lançamento previsto para setembro deste ano através de listas restritas. Segundo diz, várias empresas já manifestaram interesse em participar no processo de construção, sendo suficientes para formar uma lista competitiva. As propostas serão recebidas e avaliadas até dezembro de 2025.

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