
Entre os dias 18 e 20 de novembro, a cidade da Praia poderá enfrentar perturbações significativas na mobilidade urbana devido à greve anunciada pelos condutores da empresa de transportes públicos Sol Atlântico. A paralisação, convocada pelo Sindicato da Indústria, Agricultura, Comércio e Serviços Afins (SIACSA), visa exigir a atualização salarial e o fim da alegada discriminação entre trabalhadores.
O presidente do SIACSA, Gilberto Lima, anunciou a decisão após uma reunião de conciliação realizada esta quarta-feira na Direção-Geral do Trabalho (DGT), que terminou sem acordo entre as partes. O sindicalista explicou que o sindicato reivindica um salário base de 40 mil escudos, sublinhando que a empresa mantém diferenças salariais superiores a quatro mil escudos entre trabalhadores antigos e recém-contratados.
Segundo o sindicato, os novos condutores auferem cerca de 30 mil escudos, acrescidos de quatro mil escudos de subsídio de turno, enquanto os trabalhadores com mais de duas décadas de serviço recebem entre 24 mil e 26 mil escudos, mais o mesmo subsídio. O SIACSA considera a situação injusta e contrária ao princípio de “trabalho igual, salário igual”, previsto pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), da qual Cabo Verde é membro.
Durante uma greve anterior, a empresa terá contratado novos condutores com salários mais elevados, o que, segundo o sindicato, motivou a saída de vários trabalhadores para Portugal em busca de melhores condições laborais. Gilberto Lima afirmou que a atual greve pretende corrigir uma injustiça prolongada ao longo dos anos.
A paralisação deverá contar com a adesão de cerca de uma centena de trabalhadores e será acompanhada de manifestações no Platô, no centro da cidade da Praia. Caso se confirme, a greve poderá interromper grande parte do serviço de transporte público, afetando milhares de cidadãos que dependem diariamente dos autocarros da Sol Atlântico para se deslocarem ao trabalho, à escola e a outros serviços essenciais.
O SIACSA responsabiliza a administração da Sol Atlântico por eventuais prejuízos, acusando-a de não apresentar uma proposta concreta de atualização salarial. Em declarações à imprensa, Gilberto Lima alertou que “a greve será um prejuízo enorme para a empresa, que deve reconsiderar a sua posição”.
A Sol Atlântico tem justificado a sua postura com dificuldades financeiras e operacionais, não tendo, até ao momento, emitido nova declaração pública sobre o assunto.



































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