Freskinhe Freskinhe

O autodenominado “Alto Comando Militar para o Restauração da Segurança do Estado e da Ordem Pública” reivindicou a tomada do poder, numa ação que o Governo cabo-verdiano classifica como contrária aos princípios democráticos e às regras de convivência pacífica.

No comunicado oficial, o Governo de Cabo Verde apela aos envolvidos que “se abstenham de qualquer ato de violência e intimidação” e exige que “a ordem constitucional seja rapidamente restabelecida, incluindo a conclusão do processo eleitoral”.

O golpe militar ocorre três dias após as eleições presidenciais realizadas no domingo, 23 de novembro, num contexto de forte tensão pós-eleitoral. O Governo cabo-verdiano manifestou particular preocupação pelo fato de o golpe ocorrer num país irmão pertencente à CPLP e à sub-região CEDEAO, “que, nos últimos anos, infelizmente, tem sido palco de subversão e usurpação do poder pela força das armas, chegando a um terço dos seus membros”.

Esta é a mais recente convulsão política numa região que tem enfrentado sucessivos golpes militares, desafiando a estabilidade democrática da África Ocidental.

O Governo assegura que, através da Embaixada de Cabo Verde na Guiné-Bissau, está a seguir com atenção a situação da comunidade cabo-verdiana naquele país, garantindo a monitorização da segurança dos cidadãos nacionais.

No comunicado, Cabo Verde reitera “o seu firme compromisso com os princípios e valores de um Estado de Direito Democrático e a forma pacífica e democrática de ascensão ao poder político”, posicionando-se firmemente contra qualquer tentativa de subversão da ordem constitucional pela via das armas.