
O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, apresentou hoje, 29, um plano ambicioso para o setor energético nacional, aumentar a produção da eletricidade através de energias renováveis. O governante fez estas declarações durante o seu discurso na Sessão Ordinária da Assembleia Nacional, sobre “Sustentabilidade Energética, Perspetivas para a Reconstrução de um Cabo Verde para Todos”.
Ulisses Correia e Silva reafirmou o compromisso do Governo em aumentar significativamente a produção de eletricidade através de energias renováveis, a fim de dar resposta superior a 30% em 2026, mais de 50% em 2030 e mais de 80% em 2040.
“Este é um grande compromisso do país para com a sustentabilidade energética, com impactos económicos, sociais e climáticos importantes”, declarou o primeiro-ministro, adiantando que no próximo ano o país atingirá mais de 35% de penetração de energia renovável.
O governante destacou os investimentos em curso que vão dotar todas as ilhas de parques solares e reforçar a capacidade de produção e armazenagem de energia. Em Santiago, os projetos em execução permitirão aumentar a capacidade de produção de energia renovável de 13,8 megawatt (MW), para 42 MW, elevando a taxa de penetração de 14% para 40%.
Entre os investimentos estruturantes, Ulisses Correia e Silva destacou a Central de Bombagem Hídrica de Santiago, no valor de 79 milhões de euros, que aumentará significativamente a capacidade de armazenamento de energia para viabilizar maior penetração de energias renováveis na rede elétrica.
PM reconhece problemas no fornecimento na cidade da Praia
Na oportunidade, o governante prestou contas sobre as medidas tomadas para estabilizar o fornecimento de eletricidade no país, tendo em conta os últimos cortes de energia registados no país, com maior frequência na cidade da Praia.
O Primeiro-Ministro reconhece os problemas recentes no fornecimento de eletricidade na cidade da Praia, mas explica que os cortes derivam de “sistemáticas avarias em grupos geradores e não de défice de capacidade instalada face à procura”. A capacidade nominal instalada na Central de Palmarejo é de 70 MW, superior à demanda máxima atual de 40 MW.
“Estamos cientes dos elevados prejuízos e incómodos que os cortes de eletricidade provocam nas pessoas, nas empresas e em outras organizações”, afirmou, garantindo que medidas foram e continuam a ser tomadas para estabilizar e normalizar o serviço.
O chefe do Governo revelou ainda que estão em curso investigações técnica, criminal e cibernética face à “situação anormal de ocorrências e de tipologia das avarias registadas” na Central de Palmarejo.
Investimentos estruturantes em todas as ilhas
Até à concretização da transição energética plena, o Governo mantém o investimento em infraestruturas de energia convencional, de forma a garantir a estabilidade do fornecimento e evitar défices de capacidade no sistema elétrico nacional.
Entre os principais projetos em curso destacam-se a construção da nova Central Elétrica da Palmeira, na ilha do Sal, orçada em 3,3 milhões de contos, a reabilitação e expansão da Central da Brava (50 mil contos), o reforço da capacidade térmica nas ilhas do Maio (50 mil contos), Fogo (110 mil contos) e São Nicolau (80 mil contos), bem como a recuperação de grupos geradores inoperacionais em todas as ilhas, num investimento global de 340 mil contos.


















































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