
A equipa técnica do Fundo Monetário Internacional (FMI) e as autoridades cabo-verdianas concluíram esta terça-feira, 4, na cidade da Praia, um acordo técnico sobre a sétima avaliação do programa ao abrigo da Linha de Crédito Alargada (ECF) e a terceira e quarta avaliações do Instrumento de Resiliência e Sustentabilidade (RSF), no âmbito da Consulta do Artigo IV de 2025.
O entendimento resulta dos progressos alcançados por Cabo Verde na consolidação orçamental, na redução da dívida pública e na implementação de reformas estruturais. A missão do FMI, chefiada por Martin Schindler, esteve em Cabo Verde entre 22 de outubro e 4 de novembro para analisar o desempenho económico do país e as políticas macroeconómicas em curso. Segundo o responsável, todos os critérios de desempenho quantitativos e contínuos do programa foram cumpridos até ao final de junho de 2025.
O programa apoiado pela Linha de Crédito Alargada tem como objetivos reforçar as finanças públicas, garantir a sustentabilidade da dívida, modernizar a política monetária e potenciar o crescimento económico. Já o Instrumento de Resiliência e Sustentabilidade apoia as reformas do Governo em matéria climática e incentiva o financiamento privado para projetos de resiliência ambiental.
Com a conclusão desta etapa, Cabo Verde deverá receber 2,37 milhões de Direitos de Saque Especiais (DSE), cerca de 3,23 milhões de dólares, ao abrigo do ECF e 7,89 milhões de DSE, aproximadamente 10,75 milhões de dólares, no âmbito do RSF, após aprovação pelo Conselho Executivo do FMI.
De acordo com a instituição, a economia cabo-verdiana mantém uma trajetória positiva. Em 2024, o país registou um crescimento de 7,3%, impulsionado pelo turismo, pelas exportações e pelo consumo privado, com uma inflação controlada de 1,0% e um excedente na balança corrente. Para 2025, o FMI prevê um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 5,2% e uma inflação próxima dos 2%, alinhada com a média da zona euro.
O FMI destacou também o rigor na execução orçamental e a estabilidade do sistema financeiro. O Banco de Cabo Verde manteve as taxas diretoras inalteradas e reiterou o compromisso de acompanhar a evolução dos fluxos de capitais e da inflação, assegurando a paridade cambial e a estabilidade dos preços.
Apesar das perspetivas favoráveis, o FMI alertou para riscos externos, nomeadamente choques nos setores da energia, alimentação e turismo, bem como para os impactos das alterações climáticas. Advertiu igualmente para as pressões orçamentais e os desafios relacionados com as reformas das empresas públicas.













































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