Florizandra Porto lança hoje, 12, à tarde, na cidade da Praia, o livro “Vendedeiras de Prazer”. Nesta obra a escritora cabo-verdiana faz um retrato da prostituição e da violência sexual na ilha onde nasceu, chamando a atenção para a urgência de a sociedade e as autoridades locais e nacionais reconhecerem abertamente a existência da problemática, identificar as causas e procurar soluções.
Lançado oficialmente em setembro de 2024 em Portugal, “Vendedeiras de Prazer” aborda “a urgência de combater a violência sexual e denuncia a forma branda como a justiça cabo-verdiana, por vezes, lida com este crime”, diz a autora em entrevista à Inforpress.
Mas “Vendedeiras de Prazer” não se limita a expor as realidades complexas e difíceis vividas pelas vítimas. Vai mais além, e explora os muitos problemas sociais que afetam São Vicente e que estão por trás da prostituição e da violência sexual na ilha, tais como pobreza, abandono de crianças, irresponsabilidade parental, violência baseada no género, alcoolismo.
A obra propõe “uma análise crítica e empática, que convida o leitor a repensar normas sociais e a compreender as múltiplas dimensões desta realidade nas ilhas de Cabo Verde”, afirma Florizandra Porto, para quem, mais do que uma provocação, trata-se de uma leitura necessária numa sociedade que ainda marginaliza e criminaliza mulheres que, apesar das adversidades, “merecem admiração, amor e respeito”.
A primeira apresentação de “Vendedeiras de Prazer” em Cabo Verde acontece mais logo (17 horas), na Livraria Pedro Cardoso, cidade da Praia, a cargo da Natacha Magalhães e Sandra Rodrigues. O ciclo de lançamento prossegue na segunda-feira, 15, na cidade de Assomada (Espaço Poial), e encerra no dia 19, sexta-feira, no Mercado da Cultura e do Artesanato, na cidade de Mangue, concelho do Tarrafal.
Fotografia: Centro Cultural Cabo Verde
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