
O Auditório Nacional Jorge Barbosa encheu-se na noite de ontem, 11, para o primeiro evento da edição de estreia do Festival Fado em Cabo Verde. Foi o concerto de Teresinha Landeiro, que, acompanhada de um trio de luxo de instrumentistas de cordas, encantou o público, uma mescla de cabo-verdianos e portugueses, com os mais diversos géneros do fado e uma coladeira muito especial.
Com uma voz enorme, mas cheia de sensibilidade, Teresinha Landeira apresentou o seu mais recente disco, “Para dançar e para chorar”, que inclui composições próprias e de outros grandes compositores do fado, além de fados tradicionais e alguns muito populares no mundo inteiro, acompanhado por um trio exímio que, via-se bem, tocava com prazer: Bernardo Couto (guitarra portuguesa) André Ramos (viola) e Francisco Gaspar (viola baixo).
Na conferência de imprensa em que Teresinha Landeiro participou na véspera do concerto a fadista não excluiu a possibilidade de se aventurar na interpretação de, pelo menos, uma canção cabo-verdiana e, em palco ontem, levou avante a ideia e, após pedir desculpas pelo seu mau crioulo, interpretou num ritmo que podemos chamar de “fado-coladeira” (ou coladeira-fado) “Terezinha”, tornada famosa na voz do saudoso Bana.
Um momento que aconteceu por influência do músico cabo-verdiano Jon Luz, amigo de Teresinha Landeiro. “Ele canta essa música várias vezes para mim e que eu gostaria de conseguir a reproduzir”, havia dito Teresinha Landeiro no encontro com a imprensa na última quarta-feira. Assim fez, e o público ajudou-a a cantar. Depois foi a vez da fadista levar os espetadores a cantar com ela.
Teresinha Landeiro deu o concerto por encerrado após uma hora e meia de canções. Perante pedido do público de “só mais uma”, ela voltou ao palco e cantou não apenas uma, mas, mais duas canções. Uma delas foi interpretada à capella, deleitando o público, que, em silêncio absoluto e emocionado ouviu a voz da pequena grande fadista encher o Auditório Nacional Jorge Barbosa.
Copyright © 2025. Todos os Direitos Reservados.