
O músico, compositor, intérprete e ativista social Carlos Manuel Tavares Lopes, conhecido artisticamente como Romeu di Lurdis, faleceu esta quinta-feira, 9 de outubro, em Portugal, aos 36 anos.
Segundo informações avançadas pelos familiares, o artista encontrava-se em Portugal para participar num concerto, com atuação agendada para este sábado, dia 11, no Auditório da Igreja da Damaia, em Lisboa.
Natural de Santiago, Romeu di Lurdis destacou-se no panorama musical cabo-verdiano pelas suas canções marcadas pela crítica social e por mensagens de esperança, entre as quais se incluem “Txitxaru Fresku”, “Fera na Sukupira”, “Midjor Mai di Mundu”, “Imigrason”, “Sonhu Sufridu”, “Amargura”, “Vida di Studanti”, “Paraízu Praia”, “Boita na Fazenda” e “Mudjer”.
Em janeiro deste ano, lançou o seu mais recente trabalho discográfico, “Kuraçon Aberto”, editado cinco anos depois do álbum de estreia, “Amoransa”.
De acordo com as mesmas fontes, o músico e compositor cabo-verdiano terá sido vítima de um ataque cardíaco. A notícia da sua morte repentina está a gerar grande consternação na sociedade cabo-verdiana, tanto no país como na diáspora.
Para além da sua forte presença na música, na poesia e na ação social, Romeu di Lurdis teve também uma breve passagem pela política, tendo concorrido em duas eleições autárquicas à Câmara Municipal da Praia, como líder do Partido do Trabalho e da Solidariedade (PTS).
O Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas (MCIC) manifestou o seu profundo pesar pelo falecimento de Romeu di Lurdis, destacando a sua entrega às causas culturais e sociais de Cabo Verde.
“Lamentamos profundamente esta perda irreparável de um jovem instrumentista, compositor, cantor, poeta e político, que sempre se destacou pela dedicação e compromisso com a cultura nacional”, afirmou o ministro Augusto Veiga.
Também a Sociedade Cabo-verdiana de Música (SCM) lamentou a morte prematura do artista.
“Romeu di Lurdis foi um homem de várias causas, que colocou a sua voz e o seu tempo ao serviço da promoção da igualdade e equidade de género, respondendo sempre com generoso engajamento”, refere o ICIEG.
“A cultura cabo-verdiana ficou mais pobre com a sua partida. Romeu contribuiu com talento e autenticidade para o fortalecimento da nossa identidade musical”, destacou a SCM.
Nas redes sociais, vários artistas e personalidades da cultura nacional, como Bob Mascarenhas, expressaram pesar pela sua morte.
“Cabo Verde acaba de perder um irmão. A tua voz, o teu sorriso e a tua música ficarão connosco para sempre. Vai em paz, amigo”, escreveu o músico.
Figura multifacetada e de notável dedicação à vida cultural e social do país, Romeu di Lurdis deixa a cultura cabo-verdiana mais pobre com a sua partida prematura.
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