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No discurso sobre o Estado da Nação, o chefe do governo destacou a recuperação económica “robusta” do arquipélago, após a contração de 20,8% em 2020 devido à pandemia da covid 19. “Cabo Verde cresce mais do que a região da África Subsaariana e mais do que as economias emergentes e em desenvolvimento”, sublinhou o primeiro-ministro, acrescentando que o país já atingiu o estatuto de País de Rendimento Médio Alto.

O chefe do governo também declarou que o desemprego caiu para 8% em 2024, valor mais baixo alguma vez registado em Cabo Verde, enquanto em 2016, a taxa de desemprego situava-se nos 15%. Entre os jovens, tradicionalmente o grupo mais afetado pelo desemprego, o PM disse que a taxa desceu de 41%, em 2016, para 20%, em 2024. “Temos hoje mais empresas, com mais empregos e maiores volumes de negócios”, afirmou, revelando que o número de empresas praticamente duplicou, passando de 9.442 em 2016 para 18.204 em 2023.

O combate à pobreza registou avanços significativos, ainda segundo Ulisses Correia e Silva, que referiu que a taxa de pobreza absoluta desceu de 35,5% em 2015 para 25% em 2023, enquanto a pobreza extrema foi reduzida para metade, passando de 4,5% para 2,3% no mesmo período. “Em nove anos conseguimos tirar mais de 48 mil pessoas da pobreza absoluta e cerca de 11 mil pessoas da pobreza extrema”, destacou o Primeiro-Ministro, prometendo continuar a redução destes números através do crescimento económico e políticas sociais ativas.  

O setor do turismo, vital para a economia cabo-verdiana, registou um crescimento “impressionante”, de acordo com o primeiro-ministro, com o número de visitantes a passar de 644 mil em 2016 para mais de um milhão em 2024. Paralelamente, afirmou Ulisses Correia e Silva, o governo conseguiu controlar a inflação, que havia disparado para cerca de 8% em 2022 devido à guerra na Ucrânia, reduzindo-a novamente para cerca de 1% atualmente.     

Futuro ambicioso

Olhando para o futuro, o primeiro-ministro traçou metas ambiciosas: atingir o patamar de País de Rendimento Alto com crescimento económico de dois dígitos nos próximos 10 anos, eliminar a pobreza extrema no próximo ano e alcançar 35% de energias renováveis em 2026. “A nossa ambição é atingir o patamar de País de Rendimento Alto, com um crescimento económico de dois dígitos, consistente no tempo, nos próximos 10 anos. É para isso que estamos a trabalhar!”, concluiu o chefe do governo.