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O deputado democrata cristão classificou a política de transportes do atual governo como “um drama nacional”, tendo em conta os contratos “desfavoráveis e a conectividade interilhas deficiente”, o que, a seu ver, prejudica seriamente a coesão territorial.

“Viajar dentro do nosso próprio país permanece caro, demorado e imprevisível. É lamentável que em pleno século XXI esta realidade continua a ser vivida pelos cabo-verdianos”, declarou o deputado da UCID, sublinhando que os custos elevados dos transportes internos constituem um obstáculo significativo à mobilidade dos cidadãos.

Críticas à situação do setor empresarial, saúde, ambiente e saneamento: “uma vergonha nacional”

Relativamente ao setor empresarial, o deputado denunciou obstáculos inúmeros, que incluem “burocracias excessivas, crédito inacessível, elevados custos de produção e ausência de incentivos eficazes”. Para Santos Reis, empreender em Cabo Verde tornou-se um verdadeiro “ato de resistência”.

Além disso, o presidente da UCID criticou a política fiscal que vigora no país, que descreve como “desajustada e morosa”, e ainda alertou que a carga tributária excessiva e sem manutenção estratégica sufoca empresas e consumidores, o que dificulta o crescimento económico e limita a competitividade internacional.

Quanto ao mercado de trabalho, o representante dos deputados da UCID alertou para a vulnerabilidade de jovens, mulheres e trabalhadores informais, que estão, segundo diz, submetidos a contratos precários, baixos salários e desprovidos de proteção social adequada.

No sector da saúde, Santos Reis afirma que o país enfrenta uma crise permanente caracterizada por deficit de recursos humanos e materiais adequados, com hospitais e centros de saúde a operarem “em condições precárias e ruturas frequentes de medicamentos essenciais”. “Infelizmente muitos cabo-verdianos continuam privados de cuidados dignos”, lamentou o deputado.

A política ambiental foi outro alvo das críticas do deputado, que defendeu a necessidade de medidas drásticas e urgentes, e classifica o setor do ambiente e saneamento como uma “vergonha nacional”. “Em pleno 2025 ainda convivemos com lixeiras e esgotos a céu aberto em diversas localidades, incluindo grandes centros urbanos, uma vergonha nacional”.

No setor educativo, o deputado afirmou que o sistema permanece desfasado das exigências atuais e futuras, e aponta a “falta de qualidade, valorização efetiva dos professores e um público alinhado à realidade nacional e às necessidades do mercado”.

Mas, junto com estas críticas, o deputado da UCID apresentou um conjunto de soluções que passam por investir seriamente nos transportes interilhas, dinamizar o setor produtivo, reformar profundamente os sistemas de educação e saúde, priorizar o saneamento básico e a economia verde, melhorar a segurança e garantir um sistema judicial eficiente.

Luís defendeu ainda a implementação de reformas estruturais profundas e apelou à “coragem política” para garantir uma coordenação séria, humana e próxima das pessoas. O deputado concluiu a sua intervenção afirmando que “Cabo Verde merece uma governação comprometida com o desenvolvimento integral do país e com o bem-estar de todos os cabo-verdianos”.