
A educadora parental, Érica Correia alertou esta sexta-feira, 14, na cidade da Praia, que a utilização de punições físicas e verbais na educação das crianças cria medo, compromete o desenvolvimento emocional e perpetua padrões agressivos, defendendo uma abordagem positiva baseada no diálogo para fortalecer a relação entre pais e filhos.
A especialista explicou que o objetivo das suas ações é capacitar pais e encarregados de educação para práticas mais conscientes, capazes de responder aos desafios comportamentais das crianças. Em declarações à agência Inforpress, Érica Correia afirmou que a evidência científica demonstra que gritar, bater ou humilhar não educa, apenas interrompe comportamentos por medo e deixa marcas duradouras na vida adulta. Sublinhou ainda que métodos agressivos não transmitem respeito, mas sim receio, criando feridas emocionais que acompanham a criança ao longo da vida.
A educadora observou que, apesar disso, a educação permissiva também não constitui solução, por não oferecer estrutura nem segurança. Defendeu que a parentalidade positiva, alicerçada no afeto e em limites firmes, fortalece o vínculo entre pais e filhos e promove comportamentos mais responsáveis e equilibrados.
Segundo a especialista, grande parte das famílias cabo-verdianas foi educada com recurso a palmadas, gritos e humilhações, padrões que se repetem de forma automática. Por esse motivo, apelou à necessidade de quebrar ciclos de violência educativa, reconhecendo que muitos adultos reproduzem comportamentos vividos na infância ou tornam-se excessivamente permissivos por receio de causar danos.
Érica Correia reiterou que a educação eficaz deve basear-se na comunicação empática, firmeza e respeito mútuo, e defende que castigos físicos ou verbais apenas ampliam a distância emocional entre adultos e crianças, e que mudanças na forma como os adultos comunicam refletem-se diretamente na maneira como as crianças respondem.


















































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