
A oncologista e diretora do Serviço de Oncologia do Hospital Universitário Agostinho Neto, Hirondina Spencer, defendeu esta semana, a “implementação urgente” da oncogenética em Cabo Verde para diagnóstico precoce e prevenção do cancro hereditário, devido à elevada incidência de cancro da mama em mulheres jovens no arquipélago.
A especialista fez o apelo à margem do evento “Outubro Rosa, com foco no diagnóstico, tratamento e genética do cancro de mama”, promovido pelo Hospital Universitário Agostinho Neto, na Praia. “O objetivo é implementar essa técnica no nosso país, para que possamos investigar, porque sabemos que 10% dos cancros da mama estão relacionados com cancro hereditário”, afirmou Hirondina Spencer.
A oncogenética é uma área que intervém junto de pacientes e familiares com antecedentes de doenças oncológicas, com o propósito de identificar se a doença tem relação com o cancro hereditário. A médica sublinhou a necessidade de “aumentar a literacia da população e dos profissionais de saúde sobre o cancro hereditário” e de “criar estratégias de diagnóstico precoce, rastreio e medidas de prevenção” para reduzir o risco em grupos de maior predisposição genética.
Hirondina Spencer apontou como principais obstáculos o custo elevado dos testes genéticos, a escassez de recursos humanos e materiais, e a necessidade de aperfeiçoar as infraestruturas laboratoriais. A sustentabilidade financeira do projeto foi igualmente identificada como um desafio.
Cabo Verde dispõe já de um laboratório de biologia molecular em funcionamento, mas a especialista defendeu o reforço dos meios técnicos e financeiros. O país conta com o apoio do Instituto Português da Oncologia (IPO) do Porto para formação e implementação da consulta de risco familiar.
“Se traçarmos medidas preventivas, conseguimos reduzir o risco de os pacientes com predisposição hereditária virem a desenvolver a doença”, concluiu a oncologista.


















































Copyright © 2025. Todos os Direitos Reservados.