O Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente (ICCA) alerta a população para não oferecer dinheiro, alimentos ou outros bens a crianças em situação de rua, argumentando que esta prática, embora bem-intencionada, contribui para mantê-las afastadas do ambiente familiar e expostas a múltiplos riscos.
A instituição justifica o apelo com o aumento significativo de menores a circular pelas ruas durante a época natalícia, período em que muitas crianças, frequentemente instruídas pelos próprios pais, pedem o tradicional “boas festas” ou outros bens.
Segundo o ICCA, a ajuda imediata que parece benéfica pode, na prática, reforçar a permanência das crianças na rua. Muitas acabam por vender os alimentos recebidos por valores reduzidos para sustentar vícios ou passam a acreditar que conseguem obter tudo o que precisam através da mendicidade.
A permanência nas ruas expõe os menores a diversos perigos, alerta a instituição, nomeadamente violência física e psicológica, marginalização, criminalidade, consumo de álcool e drogas, exploração laboral e sexual, além da perda de oportunidades educativas e de desenvolvimento saudável.
O instituto recomenda que, em vez de oferecer esmolas, os cidadãos contactem as entidades competentes. O ICCA disponibiliza serviços de apoio social destinados a proteger e acompanhar crianças em situação de vulnerabilidade, através da linha 800 10 20 ou 132, ou pelas redes sociais da instituição.
As Câmaras Municipais e as autoridades policiais são também indicadas como entidades que podem ser contactadas nestas situações.
“A proteção das crianças é responsabilidade de todos”, sublinha o ICCA, apelando à denúncia de qualquer situação que envolva menores em situação de rua.
