Quarta-feira, 17 Dezembro 2025

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Economia cabo-verdiana cresce 6,2% no segundo trimestre de 2025

A economia de Cabo Verde cresceu 6,2 por cento no segundo trimestre de 2025, em termos homólogos, impulsionada pelo consumo interno, pelo investimento e pelo aumento das exportações de serviços, segundo o boletim de Indicadores Económicos e Financeiro divulgado esta terça-feira, 16, pelo Banco de Cabo Verde (BCV).

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Apesar do desempenho robusto, os indicadores apontam para uma moderação do crescimento no terceiro trimestre do ano. De acordo com o BCV, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) acelerou face aos 3,7 por cento registados no trimestre anterior, sustentado tanto pela procura interna como pela procura externa líquida. O consumo público e privado aumentou 5,2 e 2,7 por cento, respetivamente, enquanto o investimento cresceu 12,3 por cento, associado essencialmente à queda dos preços.

Do lado da oferta, o crescimento económico foi impulsionado, sobretudo, pelos setores do alojamento e restauração, com uma expansão de 15 por cento, da construção, que cresceu 23,2 por cento, dos transportes e armazenagem (7,9 por cento) e da administração pública e segurança social (9,0 por cento). Em sentido contrário, a agricultura, pecuária e silvicultura manteve crescimento positivo, mas desacelerou para 11,8 por cento, após ter crescido 25,7 por cento no trimestre anterior.

A inflação manteve uma trajetória ascendente em setembro, com a taxa homóloga a fixar-se em 2,2 por cento e a média anual em 2,1 por cento. A subida dos preços foi influenciada principalmente pelo aumento do vestuário e calçado, dos restaurantes e hotéis e dos produtos alimentares. Em contrapartida, registou-se um abrandamento dos preços da habitação, água e energia e uma ligeira queda nos transportes. A inflação subjacente subiu para 2,5 por cento, sinalizando pressões em alguns bens industriais e serviços ligados a viagens internacionais.

No plano externo, as exportações de bens e serviços cresceram 3,2 por cento, com destaque para os serviços, que aumentaram 8,6 por cento, refletindo a dinâmica do setor turístico. As importações registaram um acréscimo mais contido, de 0,2 por cento, contribuindo para a melhoria da procura externa líquida.

As reservas internacionais líquidas aumentaram para 942,3 milhões de euros no final de setembro, assegurando a cobertura de 7,8 meses de importações. Ainda assim, a balança corrente apresentou um défice de cerca de 3.061 milhões de escudos, explicado pelo abrandamento das receitas do turismo, pelo aumento das importações e pela redução das reexportações, parcialmente compensados pelo crescimento das remessas dos emigrantes e dos donativos.

No plano monetário, a oferta monetária cresceu 3,0 por cento até setembro, refletindo a redução dos ativos externos líquidos dos bancos comerciais, apesar do reforço das reservas internacionais do BCV. Já as contas públicas apresentaram um superavit de cerca de 2.991 milhões de escudos, invertendo o défice registado no mesmo período de 2024, resultado do aumento das receitas e da contenção das despesas correntes.

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