Num chamamento nacional que já ecoa desde as ilhas até a diáspora, o movimento cívico “Di Povo pa Povo” convocou uma mobilização pacífica e apartidária para este sábado, 11, a partir das 15h00, em vários pontos do país e no estrangeiro. A iniciativa, que tem como grande impulsionador o artista e músico Alberto Koenig, pretende ser um grito de consciência coletiva, alertando para os problemas estruturais que afetam Cabo Verde.
A organização enfatiza que se tratará de uma concentração e não de uma marcha, que ocorrerá em espaços públicos simbólicos, e não em frente a edifícios governamentais, reforçando o seu carácter de união e diálogo. Através de um manifesto divulgado nas redes sociais, o movimento apresentou três pilares fundamentais que orientam a sua visão de cidadania e participação ativa.
O primeiro destaca a unidade do povo cabo-verdiano, reforçando a mensagem de que “Nu Podi Ser Unido, Mesmo Sendo Diferenti. Ka Importa Nos Ilha, Nos Cor Di Pele, Nos Classe Social, Nos Tudo É Caboverdiano!”. O segundo pilar apela à formação de cidadãos conscientes e exigentes, que desenvolvam um senso crítico para além das cores partidárias e mantenham uma postura de vigilância e responsabilidade cívica.
No terceiro pilar o movimento defende o povo como parte da solução, incentivando a colaboração com os governantes e a participação ativa na construção do bem comum. O movimento sublinha a importância de cada cidadão contribuir com ideias e ações concretas, reconhecendo o poder da comunidade para transformar realidades e resolver os problemas que afetam o país.
Entre os locais já confirmados para as concentrações em Cabo Verde estão o Largo da Kebra Canela, na cidade da Praia; a Praça Dom Luís, na cidade do Mindelo, ilha Vicente; o Centrum Sete Sois, Sete Luas, na Ribeira Grande de Santo Antão; a Zona Pedonal de Espargos e a Rua Pedonal de Santa Maria, na ilha do Sal; e a Zona Pedonal António Mascarenhas Monteiro, na cidade de Assomada.
A iniciativa estende-se também a comunidades da diáspora em Portugal, Luxemburgo, Estados Unidos e França, com locais e datas a serem confirmados. A organização apelou a todos os participantes para se vestirem de branco, como símbolo de paz e união, e informou que as autoridades, incluindo a Polícia Nacional, foram devidamente notificadas sobre os eventos.
O movimento surge da perceção de um cansaço generalizado da população face a problemas crónicos. A lista de preocupações é longa e inclui as recentes dificuldades no fornecimento de energia, os transportes interilhas (aéreos e marítimos), estradas em más condições, problemas de escoamento de produtos agrícolas, acesso aos cuidados de saúde e a gestão de lixo urbano.
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