
Cabo Verde defende o cumprimento das metas climáticas internacionais e o reforço do financiamento para países vulneráveis, durante a cimeira de líderes que antecedeu a 30.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30), que arranca hoje, 10, em Belém, no Brasil.
“Cabo Verde enquanto pequeno Estado insular em desenvolvimento gostaria de ver os objetivos, as metas traçadas devidamente cumpridas”, afirmou à Lusa o ministro da Agricultura e Ambiente, Alexandre Monteiro.
O responsável governamental sublinhou a necessidade urgente de implementação das medidas propostas pelos países desenvolvidos, nomeadamente os 300 mil milhões de dólares anuais (cerca de 259,6 mil milhões de euros) de apoio público prometidos às nações em desenvolvimento. O arquipélago atlântico é responsável por apenas 0,0017% das emissões globais de gases com efeito de estufa, mas está fortemente exposto aos efeitos das alterações climáticas.
“Nós emitimos em termos percentuais 0,0017% de emissões”, indicou Alexandre Monteiro, reforçando que o país quer “ter acesso aos recursos necessários porque os pequenos Estados insulares em desenvolvimento necessitam muito mais”.
O ministro explicou que existe um desequilíbrio entre as capacidades de implementação destes países, o volume de emissões que produzem e as necessidades reais que enfrentam face aos impactos climáticos.
Estados insulares apelam a maior compromisso climático
Durante a cimeira de líderes realizada na semana passada, vários estados insulares apelaram ao cumprimento dos compromissos por parte dos países desenvolvidos durante a COP30, que decorre até 21 de novembro. Estes territórios são os que menos contribuem para as emissões globais, mas os mais afetados pela emergência climática através de fenómenos meteorológicos extremos e insegurança alimentar.
“É evidente que os países mais industrializados, que emitem mais, mas também são mais ricos, devem muito mais”, defendeu Alexandre Monteiro.
A ministra dos Negócios Estrangeiros de São Tomé e Príncipe, Ilza Maria dos Santos, também cobrou aos países desenvolvidos o cumprimento dos compromissos assumidos. “Não pedimos caridade, pedimos uma aliança justa e solidária”, declarou, sublinhando que a vulnerabilidade pode transformar-se em força com cooperação, investimento e respeito pelos direitos territoriais.








































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