
A Câmara Municipal do Sal procedeu à retirada imediata dos painéis publicitários do Casino Royal, após uma onda de denúncias públicas e uma queixa formal apresentada pelo Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade de Género (ICIEG) à Autoridade Reguladora para a Comunicação Social (ARC).
O ICIEG informou hoje que apresentou uma queixa formal contra a empresa Casino Royal, alegando que os cartazes publicitários que a mesma colocou em Santa Maria e Espargos “reproduzem estereótipos de género que perpetuam a objetificação e sexualização das mulheres, contribuindo para as desigualdades e discriminação de mulheres e meninas”.
O instituto denunciou particularmente a localização dos cartazes “em locais visíveis e nas proximidades e/ou a caminho de escolas do ensino básico e/ou secundário”, considerando que as imagens e mensagens veiculadas são inadequadas para estes contextos.
Face às denúncias públicas, o ICIEG apelou à retirada dos cartazes e à “devida utilização de conteúdos publicitários que não discriminem nem contribuam para perpetuar construções sociais que denigrem a imagem das mulheres e meninas”. A queixa foi direcionada à ARC, entidade com competência sobre a publicidade em Cabo Verde, solicitando uma intervenção regulatória sobre o caso.
Em nota informativa, a Câmara Municipal do Sal anunciou a decisão de remover imediatamente os painéis publicitários, justificando a medida com base nos valores culturais locais. “A decisão foi tomada por entender-se que tais conteúdos atentam contra a matriz cristã que caracteriza Cabo Verde, desrespeitando os valores culturais e identitários da nossa sociedade”, declarou o município.
A autarquia salense reafirmou o seu “compromisso em zelar pelo respeito às tradições, crenças e valores que fortalecem a convivência harmoniosa entre os munícipes, garantindo que os espaços públicos reflitam o sentido de identidade coletiva da nossa comunidade”.
O caso dos cartazes do Casino Royal no Sal está a gerar um debate mais amplo sobre os limites da publicidade em espaços públicos, especialmente quando esta pode influenciar negativamente crianças e jovens ou perpetuar estereótipos prejudiciais. A intervenção conjunta do ICIEG e da Câmara Municipal do Sal demonstra a sensibilidade das instituições cabo-verdianas para questões relacionadas com a igualdade de género e a preservação dos valores culturais da sociedade.
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