Quarta-feira, 29 Outubro 2025

Freskinhe Freskinhe

Claudino Henriques Veiga é o vencedor da 8ª edição do Prémio Literário Arnaldo França

Claudino Henriques Veiga é o vencedor da 8ª edição do Prémio Literário Arnaldo França com o romance “Djarbás da Fontarém — Silhueta de um País em Trânsito”. A vitória garante ao autor cinco mil euros e a edição da obra pela Imprensa Nacional, editora pública portuguesa que, junto com a Imprensa Nacional de Cabo Verde (INCV), instituiu o prémio.

SALWEB.cv

Foram apresentados a concurso 32 textos originais que revelam a “vitalidade e diversidade da criação literária que se expressa nas múltiplas vozes concorrentes”, considera o júri, constituído por Manuel Brito-Semedo (Presidente), Maria de Fátima Fernandes e Paula Mendes.

De entre essas obras destacou-se, entretanto, o livro de Claudino Henriques Veiga, diz o corpo de jurados, que fundamenta a sua decisão “na solidez narrativa e na intensidade literária com que a obra acompanha a trajetória de Djarbás Gervásio de Sá Dorlenes, jovem de Fontarém, na ilha do Fogo, num período conturbado da história recente de Cabo Verde”.

O júri realça, ainda, «a forma como a obra conjuga memória, mito e política, criando um fresco narrativo que ultrapassa o mero registo realista, elevando-se a um espaço de reflexão simbólica sobre identidade, liberdade e pertença. É esta pluralidade de vozes e a capacidade de dar corpo ao desencanto e ao sonho que tornam Djarbás da Fontarém um texto com um notável encontro de qualidades literárias».

Sobre o autor

O autor vencedor nasceu na Ilha do Fogo, Cabo Verde, e mudou-se em criança com os pais e irmãos para a Cidade da Praia, na Ilha de Santiago, onde estudou até viajar para os Estados Unidos da América. Foi ali que prosseguiu os estudos superiores e iniciou um percurso no cruzamento entre a ciência, o ensino e a criação literária.

Formado em Engenharia Eletrónica pelo Wentworth Institute of Technology (WIT), o trabalho desenvolvido em empresas de vanguarda com fortes ligações ao meio académico levou-o a ingressar no programa de mestrado em Engenharia Física, que mais tarde o conduziu ao doutoramento em Matemática Aplicada pela Universidade de Harvard. A sua formação decorreu em estreita colaboração com o Lincoln Laboratory do Massachusetts Institute of Technology (MIT), a Harvard University e a Boston University, instituições que marcaram profundamente a sua trajetória profissional e pedagógica.

Claudino Henriques Veiga trabalhou durante vários anos como engenheiro em empresas associadas ao MIT e à NASA, participando em projetos inovadores ligados à engenharia aeroespacial e ao desenvolvimento das linguagens HAL/S e Ada. Dedicou-se ainda à vida académica por várias décadas, lecionando na Boston Latin School (BLS), na Northeastern University e na Boston University.

SALWEB.cv AD

Tags

Partilhar esta notícia

Risco e Riso
Kriol na ponta língua