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“Num país ainda marcado por desigualdades e fragilidades estruturais, a universidade tem de ser mais do que um templo do saber, tem de ser uma oficina de soluções”, declarou José Maria Neves, apelando à mobilização da inteligência académica para dar resposta às necessidades da população.

O Chefe de Estado cabo-verdiano vincou que os problemas antigos e os novos desafios que o povo cabo-verdiano enfrenta exigem “inteligência, inovação e coragem”, recursos que devem ser encontrados na ciência, na investigação e no dinamismo da juventude universitária. José Maria Neves aproveitou ainda para instar as universidades a reduzirem as assimetrias regionais e a apostarem na internacionalização.

A diáspora cabo-verdiana surge, na visão presidencial, como um recurso estratégico que pode ser mobilizado pelas universidades para impulsionar o desenvolvimento nacional. O chefe de Estado defendeu a criação de um programa ambicioso e interinstitucional que permita aos cabo-verdianos escreverem a sua própria narrativa histórica, sem a reduzir aos períodos da colonização ou da independência. “Não existe soberania verdadeira sem consciência histórica”, sublinhou José Maria Neves, que defende uma abordagem crítica que questione contradições, legados e continuidades na história do arquipélago.

Já o reitor da Universidade de Santiago, Gabriel Fernandes, recordou que a aposta no conhecimento sempre foi uma prioridade para as famílias cabo-verdianas, mesmo face à escassez de recursos. O responsável académico destacou que a educação tem funcionado como principal via de ascensão social no país.