
A Câmara Municipal de Santa Catarina do Fogo (CMSCF) deu início esta semana a uma iniciativa que pretende reforçar a alimentação escolar com produtos frescos. A ação começou com uma entrega simbólica de couve ao Jardim de Infância de Cova Figueira, mas o objetivo é expandir a distribuição para outras escolas do município nos próximos dias.
“Esta iniciativa não se limita à doação pontual de hortícolas”, diz a CMSCF em nota pública. Através da Delegação do MAA, a edilidade planeia aumentar a produção local de legumes e vegetais, como couves, tomates e outros, para garantir um fornecimento contínuo e de qualidade às cantinas do pré-escolar e do Ensino Básico Obrigatório (EBO).
“A medida visa não só melhorar a nutrição das crianças, mas também fomentar a agricultura sustentável no concelho”, diz ainda a CMSCF, que esteve representado na doação de legumes pela vereadora Adelina Alves, responsável pelos pelouros da Ação Social e Educação, que aproveitou a ocasião para reafirmar o compromisso da autarquia com a qualidade da educação e da nutrição infantil.
Combate à pobreza
Esta iniciativa não será alheia ao facto de Santa Catarina do Fogo ser um dos concelhos mais pobres de Cabo Verde. De acordo com dados do inquérito QUIBB de 2007, Santa Catarina do Fogo teve a maior incidência de pobreza entre todos os concelhos do país, com 59 % da população vivendo abaixo do limiar de pobreza.
Outros indicadores corroboram essa realidade institucional. Em 2014, o autarca local classificou Santa Catarina do Fogo como “o concelho mais pobre do país” e um dos únicos cinco que, em 2005, não receberam verbas de instalação devido ao seu baixo desenvolvimento.
Ainda em 2007, a incidência de pobreza rural/urbana era de 59 % no concelho, com forte concentração no meio rural, confirmada pelos relatórios. Quanto a dados mais recentes, os dados trimestrais de 2023 do INE, que agregam informação apenas por ilha (e não por concelho), colocam Fogo como uma das ilhas com níveis elevados de pobreza.
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