
O artista cabo-verdiano Calú Moreira apresenta hoje, 30, no B.Leza, em Lisboa, o seu segundo álbum “Alma”, um trabalho que demorou oito anos a concretizar-se e marca o regresso às sonoridades mais tradicionais de Cabo Verde.
Em entrevista ao Voz do Archipelago, Calú Moreira explica a diferença entre este trabalho e o anterior. “O primeiro álbum foi mais comercial e este é mais tradicional. Quis trazer a vertente tradicional, com morna, coladeira e sanjon, como intérprete da música de Cabo Verde”.
O álbum conta com 10 faixas diversificadas e uma particularidade especial: “Neste segundo álbum ‘Alma’ optei por colocar músicas de outros compositores, mas na minha voz. Compositores de admiração”, revela o artista, que desta vez surge apenas como intérprete de temas escritos por outros autores.
O longo processo de criação justifica-se pela exigência do artista. “O processo foi muito demorado por querer fazer um trabalho que me identificasse”. O álbum inclui musicas escritas por compositores cabo-verdianos de referência como Jorge Humberto, Beleza, entre outros.
Para o artista são-vicentino, o nome “Alma” tem um significado profundo. “Acredito que especialmente a morna é interpretada com alma, vivo a música com muita intensidade e coloco a minha alma na música. É a minha vida e a profissão que gosto muito de exercer. É uma forma de interpretar a música de Cabo Verde”, confessa o cantor, que vê na música mais do que uma carreira profissional.
Calú Moreira emigrou para Portugal em 1997, integrando-se primeiro na Casa de Música ao Vivo (então Enclave): “Estive a cantar naquele restaurante, naquela discoteca, durante 7 anos, até 2003, quando recebi o convite para cantar no B.Leza”.
O B.Leza tornou-se a sua casa artística: “É uma casa forte na música africana, predominantemente da música de Cabo Verde”, onde se estabeleceu como cantor residente e de onde partiu para digressões por Portugal, Holanda, Espanha, Bélgica e Luxemburgo.
O lançamento de hoje contará com convidados especiais como Lucibela e Deisy, descrita como “uma voz em ascensão da musica cabo-verdiana em Portugal”, além de outros músicos que participaram no álbum.
Calú Moreira já tem outros projetos em vista, afirmou que foi convidado para cantar uma musica no próximo álbum de Ferro Gaita, e revela ainda outra participação noutro álbum de um amigo na Holanda.
Para a divulgação de “Alma”, o artista planeia uma digressão internacional com lançamentos previstos para outubro no Luxemburgo e apresentações em Itália, França e Holanda. Para o próximo ano está prevista uma apresentação em São Vicente, e garante que o álbum chegará também a Cabo Verde.
O espaço escolhido para o lançamento tem significado especial. “O B.Leza é minha casa onde divulgo a minha voz e a minha música, divido o palco com diversos artistas”, destaca Calú, que espera “muita gente para celebrar o álbum e a música de Cabo Verde.
O espetáculo promete ser uma noite de reencontro com a tradição, emoção e potência musical do arquipélago, com Calú apresentando canções novas e algumas que já pertencem ao repertório afetivo dos frequentadores do espaço lisboeta.
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