
O Ministro do Mar, Jorge Santos, defendeu ontem, 9, em Tóquio, o reforço da parceria económica com o Japão, e destacou a importância das oportunidades de investimento na economia azul, turismo e transição energética, durante o Fórum Económico Japão-Cabo Verde.
Durante o seu discurso, Jorge Santos aproveitou a dupla celebração dos 50 anos da independência do arquipélago e das relações diplomáticas entre os dois países para apresentar as apostas estratégicas de Cabo Verde aos empresários japoneses um dia antes da celebração do Dia Nacional de Cabo Verde na Expo Osaka, que decorre hoje.
Com apenas 4.033 quilómetros quadrados de superfície terrestre, Cabo Verde dispõe de uma Zona Económica Exclusiva de 734.000 quilómetros quadrados, mais de 99% do seu território total. O Ministro do Mar sublinhou que este vasto espaço marítimo constitui um ativo fundamental para transformar o país numa Plataforma Marítima e Logística Internacional, com particular ênfase na Zona Económica Especial Marítima de São Vicente.
A cooperação nipónica nas pescas já tem expressão através da Japan Tuna, presente no arquipélago há quase três décadas. O Governo cabo-verdiano ambiciona alargar esta parceria a outras empresas japonesas, para atrair investimento em pesca, aquacultura, transbordo de pescado, reparação naval e abastecimento de combustível.
“O nosso objetivo é posicionar Cabo Verde como uma base logística de excelência para a pesca japonesa no Atlântico Médio”, diz o ministro.
Energias renováveis, dessalinização da água e diversificação do turismo como prioridades
No setor energético, Jorge Santo afirmou que o arquipélago quer acelerar a transição para fontes limpas. A água constitui outra área estratégica. Durante o seu discurso, o ministro destacou o Projeto de Desenvolvimento de Sistemas de Abastecimento de Água na Ilha de Santiago, financiado pela JICA e desenvolvido em parceria com a Toyota Tsusho Corporation, como exemplo da cooperação bilateral.
Turismo, o setor pilar da economia do arquipélago, depois de atingir a meta de 1,2 milhões de turistas anuais, Cabo Verde procura agora diversificar a oferta turística para além do tradicional sol e praia. Na ótica de Jorge Santos, o plano passa por desenvolver o turismo cultural, de cruzeiros e náutica de recreio, com investimentos em infraestruturas como o novo terminal de cruzeiros de São Vicente e a expansão de aeroportos e portos.
Na oportunidade, o responsável governamental enumerou os atrativos para os investidores japoneses: localização geoestratégica, estabilidade política e económica, paridade cambial fixa com o euro, liberdade de circulação de capitais, acesso preferencial aos mercados europeu e americano, e integração na Zona de Comércio Livre Continental Africana.
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