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O evento, que reuniu representantes do setor público, setor privado, instituições de ensino superior, sociedade civil e grupos prioritários, teve como destaque a apresentação dos resultados de um estudo nacional que envolveu mais de mil pessoas das diferentes ilhas do arquipélago.

Denominado “Avaliação Nacional de Competências Digitais”, o estudo incluiu inquéritos e entrevistas realizados em todas as ilhas do país. “O que o estudo diz é que há um potencial para duplicar o PIB cabo-verdiano através do reforço das competências digitais. Não pela empregabilidade, que falamos sempre, mas aquilo que pode representar para Cabo Verde se os cabo-verdianos, nas suas empresas, no seu dia-a-dia, tiverem competências digitais reforçadas”, explicou Pedro Lopes, para quem esta avaliação é fundamental para definir uma estratégia eficaz: “Nós acreditamos que precisávamos de fazer esta avaliação, para depois partimos para uma estratégia forte, que possa chegar a todas as ilhas, para depois termos uma verdadeira nação digital”.

O estudo aborda competências digitais emergentes que são cruciais para o desenvolvimento do país. “Falamos desde inteligência artificial, falamos da capacidade para trabalhar dados, falamos exatamente daquilo que são as novas competências”, detalhou Pedro Lopes durante o evento em que também foram apresentados dados sobre o acesso à internet em Cabo Verde. Segundo Pedro Lopes, os dados da Autoridade Reguladora Multissectorial (ARM) mostram que o país tem “90 acessos por 100 cidadãos”, um número que tem vindo a aumentar.                                       

O custo da internet também tem diminuído significativamente. “O custo da internet, se nós virmos de 2016 para agora, o custo desceu a cerca de 10 mil escudos. Ou seja, estamos a falar de valores que antes eram de 16 mil escudos. Neste momento nós podemos ter internet em Cabo Verde, ou seja, internet ilimitada para as pessoas a 4 mil e 500 escudos”, revelou.             

O governo planeia ainda reforçar o acesso nas instituições de ensino: “Vamos reforçar escolas, escolas secundárias, vamos reforçar também nas universidades a capacidade da internet para aqueles que aprendem e aqueles que empreendem.” O governante sublinhou que o desenvolvimento das competências digitais é uma responsabilidade coletiva que envolve toda a sociedade. “Este é um esforço coletivo que envolve não só o governo, mas envolve a sociedade no geral. Os pais verem exatamente com os seus filhos o que está a ser feito, com os seus tablets, com os seus telefones.”

O workshop constitui um passo essencial na construção da Estratégia Nacional de Competências Digitais, que servirá como roteiro para capacitar os cabo-verdianos e fomentar uma economia digital inclusiva e preparada para o futuro. “O output principal do workshop é ter depois dados para uma estratégia forte de competências digitais que possa servir as empresas e possa servir a sociedade em geral”, concluiu Pedro Lopes.                          

Este evento insere-se no Projeto Digital Cabo Verde, uma iniciativa do Governo de Cabo Verde com o apoio do Banco Mundial, implementada pela Direção-Geral das Telecomunicações e Economia Digital (DGTED), pela Pró-Empresa e pelo Cabo Verde Digital, com o apoio técnico de parceiros de implementação, que visa transformar Cabo Verde num hub digital da região, promovendo a inclusão digital e o desenvolvimento de uma economia baseada no conhecimento e na inovação tecnológica.